A Boeing postergou mais uma vez a previsão de entrega do primeiro 777X, agora esperada para o final de 2023. O novo cronograma foi revelado nesta quarta-feira durante apresentação dos resultados de 2020.
“A Boeing agora prevê que a primeira entrega do 777X ocorrerá no final de 2023. Este cronograma e o impacto financeiro associado refletem uma série de fatores, incluindo uma avaliação atualizada dos requisitos de certificação global, a última avaliação da empresa dos impactos do COVID-19 na demanda do mercado , e discussões com seus clientes a respeito do tempo de entrega da aeronave”, disse o comunicado da empresa.
As companhias aéreas Lufthansa e Emirates serão as primeiras a receber o 777-9, maior avião bimotor de passageiros da história, mas a empresa do Oriente Médio já havia reconhecido que a aeronave só seria incorporada à frota em 2023.
“2020 foi um ano de profunda ruptura social e global que restringiu significativamente nossa indústria. O profundo impacto da pandemia nas viagens aéreas comerciais, juntamente com o aterramento do 737 MAX, desafiou nossos resultados. Estou orgulhoso da resiliência e dedicação de nossa equipe global demonstrado neste ambiente ao fortalecermos nossos processos de segurança, adaptados ao nosso mercado e apoiando nossos clientes, fornecedores, comunidades e uns aos outros “, disse o CEO da Boeing, Dave Calhoun.
Segundo a empresa, o programa 777X acumulou US$ 6,5 bilhões de encargos antes dos impostos. A Boeing possui 350 pedidos da aeronave, o mais recente deles feito pela British Airways em 2019.
Até o ano passado, a Boeing afirmava que a primeira entrega do 777X ocorreria em 2022 após atrasos no desenvolvimento e problemas apresentados pelos turbofans GE9X terem afetado o programa.
Apesar desse quadro, a fabricante dos EUA manteve a previsão de produção mensal de dois jatos 777, incluindo a série clássica do widebody. O primeiro voo do 777-9 foi realizado há exatamente um ano, em 27 de janeiro de 2020.
Com uma receita 24% menor que em 2019, a Boeing apresentou um prejuízo líquido de quase US$ 12 bilhões no ano passado.