Boeing 787 tem mais um problema: FAA alerta sobre risco de incêndio no porão

Defeitos nos painéis de descompressão no porão de bagagens podem ser um risco a segurança do voo no caso de incêndio na carga
A Saab participa do programa 787 Dreamliner da Boeing desde 2004 (Mika Stetsovski)

A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos emitiu ontem (16) uma nova Diretiva de Aeronavegabilidade (AD) para tratar o que a agência chamou de “condição insegura” nos jatos Boeing 787 Dreamliner.

O problema, mais um na carreira do 787, diz respeito aos porões de carga dianteiros e traseiros da aeronave. O FAA foi alertado por operadores do avião da Boeing sobre “vários incidentes de painéis de descompressão rasgados encontrados na área do porão”.

Uma DA anterior da FAA sobre o mesmo componente do Dreamliner já pedia aos operadores que realizassem inspeções repetidas em busca de defeitos ou danos nas barreiras de descompressão no porão de bagagens. Agora, a agência reguladora de aviação dos EUA estabeleceu que os usuários do widebody executem a “mudança ou substituição do conjunto da barreira de porão nos compartimentos de carga dianteiro e traseiro, o que encerra as inspeções repetitivas”.

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Segundo a FAA, se o problema não for sanado, no caso de um incêndio na carga, o sistema de combate a chamas instalado no porão de bagagens pode ser insuficiente para controlá-lo. Como consequência, “pode resultar na perda da segurança do voo e no pouso do avião”, alerta a agência estadunidense.

A nova DA afetará 135 exemplares do Boeing 787 registrados nos EUA. Cada inspeção na aeronave custará aos operadores em torno de US$ 255, enquanto a troca ou substituição da barreira no porão custe até US$ 12.695 por aeronave, de acordo com estimativas da FAA.

A linha de produção do 787 (Boeing)

Problemas de qualidade interromperam entregas do 787 três vezes

Em fevereiro deste ano, a FAA proibiu a Boeing de entregar novos jatos 787 aos clientes até que um problema na produção da aeronave fosse solucionado. O defeito estava relacionado a uma antepara de pressão na parte frontal da fuselagem, que era fornecida pela Spirit AeroSystems.

Está foi a terceira vez que a Boeing foi forçada a paralisar temporariamente as entregas do 787 por conta de problemas de produção. Essa parada mais recente, porém, durou menos de um mês, ao contrário das anteriores.

A última pausa nas entregas do 787 durou 15 meses. As remessas foram retomadas em agosto de 2022, quando a Boeing mantinha mais de 100 exemplares da aeronave estocados esperando a liberação da FAA. Na primeira suspensão, em 2020, as entregas foram paralisadas por sete meses.

No mês passado, a FAA emitiu um boletim de segurança para o Dreamliner. O motivo: as torneiras dos toaletes podem apresentar vazamentos, sob o risco da água escorrer para os sistemas eletrônicos do avião e danificá-los.

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