A Boeing planeja realizar um voo de testes de certificação do 737 Max até o final do mês de junho, afirmaram fontes da Reuters. A informação teria sido compartilhada pela fabricante com seus clientes nos últimos dias.
Embora tenha se negado a comentar o assunto, a Boeing revelou que recebeu a aprovação da FAA, agência de aviação civil dos EUA, para executar modificações na instalação de cabos no 737 Max, um dos problemas apontados pelo órgão e que impedem seu retorno ao serviço.
“A Boeing já começou a modificar aviões que ainda não foram entregues e está coordenando os esforços de modificação com as companhias aéreas”, afirmou a empresa à Reuters. “Novos aviões em produção incluirão essa atualização“, acrescentou.
A fabricante americana também confirmou que já está compartilhando documentos atualizados para treinamentos de pilotos e pessoal de manutenção, embora ainda não em sua versão final. O objetivo, segundo ela, é “facilitar e planejar o desenvolvimento de programas de treinamento” de seus operadores.
Apesar das boas notícias, o voo de certificação pode acabar ocorrendo apenas em julho, empurrando a previsão de retorno da aeronave para agosto ou ainda mais tarde.
Produção retomada
O 737 Max está proibido de voar desde março de 2019, após dois acidentes fatais que vitimaram 346 pessoas. Investigações apontaram várias falhas de projeto da aeronave incluindo o sistema MCAS, que deveria aliviar o trabalho da tripulação em situações de alto ângulo de ataque. Desde então, a Boeing trabalha em formas de corrigir esses problemas e aumentar a segurança do jato, seu modelo de maior sucesso comercial.
Após manter a linha de montagem funcionando mesmo sem poder entregar aeronaves, a Boeing suspendeu a produção do 737 Max em janeiro, mas retomou os trabalhos há algumas semanas, porém num ritmo lento. Existem ao menos 400 aeronaves estacionadas em vários aeroportos esperando a liberação para serem entregues aos seus clientes, incluindo a Gol.
Mesmo com a aprovação pelo FAA, o retorno ao serviço do 737 Max deverá ser lento e gradual por conta da necessidade de treinamento das tripulações.
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