A Boeing revelou nesta quinta-feira, 23, que deverá ter um prejuízo por ação de US$ 5,46, o que equivale a uma perda de cerca de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 23,7 bilhões) no 4º trimestre.
Trata-se do triplo do prejuízo esperado por analistas, o que já apontava para uma queda acentuada das ações da fabricante de aviões dos EUA.
A Boeing espera obter uma receita de U$ 4,8 bilhões no quarto trimestre, mas com uma margem operacional negativa de 43,9%.
A empresa culpou em primeiro lugar a longa greve de funcionários ligado ao sindicato IAM que atingiu as fábricas de Renton e Everett, onde são produzidos os jatos comerciais 737, 767 e 777.
Cerca de 33.000 funcionários cruzaram os braços entre 13 de setembro e 5 de novembro, comprometendo a já afetada taxa de produção das aeronaves.
Apenas os programas 777X e 767 resultaram em US$ 1,1 bilhão de perdas.
A divisão de Defesa, Espaço e Segurança, no entanto, também foi apontada como uma dos principais razões pelo resultado muito ruim, com previsão de prejuízo de US$ 1,7 bilhão.
Projetos como o avião-tanque KC-46, o novo Air Force One, o drone MQ-25, o jato de treinamento T-7A e a cápsula espacial Starliner acumulam problemas, atrasos e custos crescentes.
Primeiro 777-9 será entregue em 2026, afirma empresa
“Embora enfrentemos desafios de curto prazo, tomamos medidas importantes para estabilizar nossos negócios durante o trimestre, incluindo chegar a um acordo com nossos colegas de equipe representados pela IAM e conduzir um aumento de capital bem-sucedido para melhorar nosso balanço patrimonial”, disse Kelly Ortberg, presidente e CEO da Boeing.
“Também reiniciamos a produção do 737, 767 e 777/777X e nossa equipe continua focada no trabalho duro que temos pela frente para construir um novo futuro para a Boeing”, acrescentou o executivo, que assumiu o cargo em agosto.
Após o anúncio, estima-se que a Boeing terá um prejuízo da ordem de US$ 12 bilhões em 2024, no mesmo patamar de 2020, que foi afetado pela pandemia e o aterramento do 737 MAX.
Em 2024, a Boeing entregou 348 jatos apenas, 34% menos do que em 2023
A despeito do resultado negativo, a Boeing afirmou que ainda espera entregar os primeiros widebodies 777-9 em 2026.