Os “aviões paquera” da Boeing, os antigos Canadair T-33, foram aposentados na última semana, após quase 40 anos de serviços prestados para fabricante dos EUA.
Os “chase planes” (“aviões de perseguição”, em inglês; ou “aviões paquera”, no jargão brasileiro) eram usados para seguir outras aeronaves durante voos de testes, oferecendo suporte visual e registros fotográficos do voo.
A dupla “Red Bird e Blue Bird”, como eram chamados, acompanharam o voo inaugural de todos os jatos comerciais lançados pela Boeing nas últimas décadas, começando com o 767 em 1981 até o 777-9, que voou em janeiro deste ano.
“A Boeing está aposentando suas duas aeronaves T-33”, confirmou a empresa ao Flight Global. “No momento, estamos procurando outras opções para apoiar nossas atividades de teste de voo”. A empresa ainda divulgou detalhes e quais aeronaves podem assumir a função deixada pelos T-33.
Segundo os registros da FAA, a agência de aviação civil dos EUA, os dois jatos (com matrículas N109X e N416X) foram produzidos pela Canadair (posteriormente absorvida pela Bombardier) em 1954. De acordo com a Boeing, os aviões foram desativados em razão da “falta de suporte da cadeia de suprimentos para manter a aeronave”.
Jato pioneiro
A história do T-33 remonta a 1943, quando, durante a Segunda Guerra Mundial, o Exército dos EUA solicitou que a Lockheed construísse um novo caça a jato. Esse projeto originou o P-80 Shooting Star monoposto, que posteriormente evoluiu para a variante biposto TP-80C, mais tarde denominada T-33, um avião de treinamento avançado.
O P-80/T-33 foi o primeiro avião a jato de muitas forças aéreas pelo mundo, incluindo o Brasil – a Força Aérea Brasileira voou com mais 50 unidades do T-33 entre 1958 e 1975. No começo dos anos 1950, a fabricante canadense Canadair produziu sua própria versão da aeronave.
Na época em que foram projetados, os modelos da série Shooting Star eram alguns dos aviões mais velozes. Podiam voar a velocidade máxima de 845 km/h, alcançar 45.000 pés de altitude e alcance de 1.600 km. Foi um caça importante, embora logo tenha sido superado pelos jatos supersônicos. Apesar disso, ele ainda tinha fôlego para acompanhar de perto os jatos comerciais da Boeing.
Avião paquera da Embraer
Como toda grande fabricante aeronáutica, a Embraer também precisa de um chase plane para acompanhar os voos de seus protótipos. O avião paquera da empresa é uma solução caseira, um jato executivo Phenom 300.
Até a chegada no novo jato, o avião paquera da Embraer, tal como o da Boeing, era um antigo caça: um Hawker Hunter. O modelo, comprado da força aérea do Chile, voou com a Embraer de 2001 até 2018, quando foi vendido (ainda em condições de voo) a uma empresa do Reino Unido.
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