A Boeing continua afetada drasticamente pelos problemas com a linha de montagem de seus aviões comerciais. Em abril, apenas 24 jatos foram entregues pela fabricante dos EUA.
No acumulado de janeiro a abril, foram entregues apenas 107 aeronaves, 31,4% abaixo do ano passado e menos até que em 2022, ano em que o mercado ainda estava sofrendo os reflexos da pandemia.
O pivô da crise é obviamente o 737 MAX, jato de fuselagem estreita que passa por um grande escrutínio público. A Boeing entregou somente 16 deles no mês passado, nível mais baixo no ano.
Siga o AIRWAY nas redes: WhatsApp | Telegram | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
Ao todo foram entregues 82 desses aviões ou 46% abaixo de 2023 (janeiro a abril) – o 737 responde por cerca de quatro em cinco aviões comerciais entregues pela Boeing.
O widebody 787, que teve 73 aeronaves entregues no ano passado, chegou a abril com 17 jatos entregues, mesmo total do intervalo entre janeiro e abril de 2023.
A Boeing também tem entregado menos cargueiros 777F (dois contra cinco em 2023), por conta da falta de motores, enquanto as variantes militares tiveram os mesmos três aviões entregues até aqui.
Segundo a empresa, para corrigir as falhas na linha de montagem, a produção 737 foi desacelerada para menos de dez aviões por mês, bem abaixo até do limite imposto pela FAA, de 38 jatos mensais.
Encomenda perdida
A situação da carteira de pedidos também piorou, embora ainda se mantenha em níveis elevados. A Boeing possui 5.646 pedidos líquidos pendentes, 22 a menos do que em março.
Em 2024, a empresa acumula 127 pedidos líquidos de aeronaves. Em abril, a Boeing recebeu sete novos pedidos brutos, sendo três 787-9 para a El Al, dois 787-10 e dois 777X para a All Nippon Airways.
Houve ainda 33 cancelamentos, a maior parte oriunda da Lynx Air, do Canadá, que encerrou operações e tinha 29 jatos 737 pendentes de entrega.
Até parece que estão torcendo contra. A Boeing vi sair dessa crise mais forte e é por uma simples razão: os EUA sempre foram protagonistas na área aeroespacial e eu duvido que eles queiram perder esse protagonismo. O problema da Boeing são de falhas e, acredito eu, mais pela mudança de foco das administrações anteriores (até mudaram a sede para Chicago, um absurdo). A filosofia dela nunca foi terceirizar e, muito provavelmente, foi isso que começou a prejudicá-la. Atualmente, a guerra comercial entre empresas tem ultrapassado o limite da ética e não descartaria que certos funcionários (ou certas unidades) estejam fazendo “corpo mole” mas; ainda assim, a Boeing deve, muito mais, endurecer a fiscalização, pois ela é a responsável direta por seus produtos. Ela confiou demais nas empresas terceirizadas e até relaxou na matriz, em Seattle.