A Boeing confirmou nesta segunda-feira (16) que vai suspender a produção do jatos 737 MAX a partir de janeiro de 2020. A decisão é até o momento a medida mais drástica tomada pela fabricante norte-americana desde o aterramento mundial das aeronaves em março deste ano, após dois acidentes com jatos da Lion Air e Ethiopian Airlines registrados em um intervalo de cinco meses e que deixaram 346 mortos.
O anúncio sobre a paralisação na produção vem logo após a agência de aviação civil dos EUA (FAA) confirmar que a revisão na certificação do avião continuará no próximo ano. Durante o aterramento, a Boeing continuou fabricando novos aviões e agora existem cerca de 400 unidades estocadas em suas instalações. Um número semelhante de aeronaves adquiridas por mais de 50 companhias aéreas também está parada no mundo todo à espera da liberação.
“Declaramos anteriormente que avaliaríamos continuamente nossos planos de produção caso o aterramento do MAX continuasse mais do que esperávamos. Como resultado dessa avaliação contínua, decidimos priorizar a entrega de aeronaves armazenadas e suspender temporariamente a produção no programa 737 a partir do próximo mês”, diz o comunicado da Boeing.
A Boeing havia alertado repetidamente os investidores de que poderia cortar ou suspender ainda mais a produção do 737 MAX se a proibição de voos durasse mais do que o esperado, como vem ocorrendo. A fabricante já havia reduzido o ritmo de produção da aeronave em 20% em abril, chegando a 42 unidades por mês depois que os reguladores ordenaram que as companhias aéreas parassem de operar seus aviões.
Em comunicado, a Boeing diz que não planeja demitir ou dispensar trabalhadores da fábrica de Renton, no estado de Washington, onde o 737 Max é produzido durante a pausa na produção. A linha de montagem da aeronave emprega cerca de 12.000 funcionários.
“Devolver o 737 MAX ao serviço com segurança é nossa principal prioridade. Sabemos que o processo de aprovação do retorno ao serviço do 737 MAX e de determinação de requisitos de treinamento apropriados deve ser extraordinariamente completo e robusto, para garantir que nossos reguladores, clientes e o público confiem nas atualizações do 737 MAX. Como dissemos anteriormente, a FAA e as autoridades reguladoras globais determinam o cronograma para a certificação e o retorno ao serviço. Continuamos totalmente comprometidos em apoiar esse processo. É nosso dever garantir que todos os requisitos sejam cumpridos e que todas as perguntas de nossos reguladores sejam respondidas”, afirma a Boeing.
Está será a primeira vez em mais de 50 anos que a Boeing paralisa a produção do 737, o principal produto da fabricante norte-americana com mais de 10 mil aeronaves entregues.
A Boeing informou que detalhes financeiros sobre a suspensão na produção do MAX serão divulgados com os resultados da empresa relativos ao quarto trimestre de 2019, no final de janeiro.
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