A Boeing e a Airbus anunciaram em 1º de julho terem chegado a um acordo para repartir a Spirit Aerosystems, fornecedora de aeroestruturas que passa por problemas financeiros e de qualidade.
Criada a partir de uma divisão da Boeing em 2005, a Spirit será recomprada pela companhia aeroespacial dos EUA por um valor de US$ 4,7 bilhões.
Já a Airbus revelou ter chegado a um acordo de termos vinculativos para uma potencial aquisição de atividades como “a produção de seções de fuselagem do A350 em Kinston, Carolina do Norte, EUA, e St. Nazaire, França; das asas e fuselagem central do A220 em Belfast, Irlanda do Norte, e Casablanca, Marrocos; bem como dos postes A220 em Wichita, Kansas, EUA.”
Siga o AIRWAY nas redes: WhatsApp | Telegram | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
“Acreditamos que este acordo é do melhor interesse do público que voa, dos clientes das nossas companhias aéreas, dos funcionários da Spirit e da Boeing, dos nossos acionistas e do país de forma mais ampla”, disse o presidente e CEO da Boeing, Dave Calhoun. “Ao reintegrar a Spirit, podemos alinhar totalmente os nossos sistemas de produção comercial, incluindo os nossos sistemas de gestão de segurança e qualidade, e a nossa força de trabalho com as mesmas prioridades, incentivos e resultados – centrados na segurança e na qualidade.”
A Boeing afirmou que a aquisição da Spirit Aerosystems incluirá as operações comerciais relacionadas aos seus jatos, mas também contratos de defesa e pós-venda.
Alívio no mercado
A Spirit deverá vender algumas de suas operações, incluindo aquelas em Belfast, Irlanda do Norte (operações não-Airbus), Prestwick, Escócia , e Subang, Malásia.
A conclusão da transação com a Boeing é esperada para meados de 2025, já a Airbus disse que ainda precisa concluir uma due dilligence antes de assinar um acordo definitivo.
O fim do impasse sobre o destino da Spirit Aerosystems será um alívio para o mercado e para as clientes das duas fabricante de jatos comerciais, às voltas com problemas na produção de suas aeronaves comerciais.
Para a Boeing, a solução é ainda mais significativa e tira, ao menos por ora, um dos focos de críticas à atual gestão de Dave Calhoun, que deixará o posto de CEO no final do ano.
Embora muitos problemas apresentados pelos jatos 737 MAX e 787 Dreamliner tenham surgido dentro das fábricas da própria Boeing, é entendimento que as falhas geralmente começavam antes, na montagem inicial feita pela Spirit.