A Boeing e a Airbus, maiores fabricantes de aeronaves comerciais do mundo, decidiram suspender o suporte técnico para seus clientes russos, em linha com o crescente boicote ao país após a invasão militar na Ucrânia.
O efeito negativo do movimento conjunto pode ser bastante grande já que o setor de aviação russo é bastante dependente de jatos comerciais do Ocidente. Segundo a consultoria Cirium, há mais de 500 aeronaves alugadas por empresas do exterior no país.
As duas fabicantes deixarão de enviar peças de reposição e prestar serviços de manutenção e suporte técnico, em medida semelhante a adotada em relação a Coreia do Norte e Irã, mas em escala muito maior já que a Rússia responde por cerca de 6% do tráfego aéreo mundial.
As sanções vêm em linha com o fechamento do espaço aéreo para aeronaves russas, ao qual se juntaram os Estados Unidos nesta terça-feira (1). Aplicativos de acompanhamento de voos por ADS-B já mostram um movimento menor de aeronaves sobre a Rússia em dias recentes.
Segundo analistas, a tendência é que parte das aeronaves ocidentais passe a ser aterrada para servir como fonte de peças de reposição, reduzindo a disponibilidade da frota.
Além disso, a Boeing anunciou que irá suspender suas principais operações na Rússia, onde possui um centro de pesquisa e engenharia em projeto de aeroestruturas. A Airbus, por sua vez, confirmou nesta quarta-feira que seu centro de engenharia russo foi paralisado também.