Boeing e Embraer anunciaram nesta quinta-feira (5) que assinaram um “Memorando de Entendimento” para a criação de uma nova empresa na área de aviação comercial da fabricante brasileira. Segundo os termos do acordo, a Boeing detetá 80% da propriedade do empreendimento e a Embraer, os 20% restantes.
Durante as negociações entre as fabricantes, iniciadas em dezembro de 2017, a divisão de aviação comercial da Embraer foi avaliada em US$ 4,75 bilhões. Desta forma, a Boeing deve pagar US$ 3,8 bilhões pelos 80% de participação na nova empresa.
A expectativa é que a parceria proposta seja contabilizada nos resultados da Boeing no início de 2020, e gere sinergia anual de custos estimada de cerca de 150 milhões de dólares, sem considerar impostos, até o terceiro ano.
“Ao formarmos essa parceria estratégica, estaremos muito bem preparados para gerar valor significativo para os clientes, empregados e acionistas de ambas as empresas – e para o Brasil e os Estados Unidos”, disse Dennis Muilenburg, presidente, chairman e CEO da Boeing. “Esta importante parceria está claramente alinhada à estratégia de longo prazo da Boeing de investir em crescimento orgânico e retorno de valor aos acionistas, complementada por acordos estratégicos que aprimoram e aceleram nossos planos de crescimento”, disse Muilenburg.
A finalização dos detalhes financeiros e operacionais da parceria estratégica e a negociação dos acordos definitivos da transação devem continuar nos próximos meses, diz o comunicado das fabricantes. Uma vez executados estes acordos definitivos de transação, a parceria estará, então, sujeita a aprovações regulatórias e de acionistas, incluindo a aprovação do governo brasileiro. Caso as aprovações ocorram no tempo previsto, a expectativa é que a transação seja fechada até o final de 2019.
Uma vez consumada a transação, a nova empresa será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil, incluindo um presidente e CEO. A Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa, que responderá diretamente a Muilenburg.
“Esse acordo com a Boeing criará a mais importante parceria estratégica da indústria aeroespacial, fortalecendo ambas as empresas e sua posição de liderança do mercado mundial”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente e CEO da Embraer. “A combinação de negócios com a Boeing deverá gerar um novo ciclo virtuoso para a indústria aeroespacial brasileira, com maior potencial de vendas, aumento de produção, geração de emprego e renda, investimentos e exportações, agregando maior valor para clientes, acionistas e empregados”.
Opções para todos os segmentos
A parceria entre a Boeing e a Embraer na aviação comercial pode oferecer a linha de aeronaves mais abrangente da indústria mundial. Considerando os produtos das duas fabricantes, desde o pequeno Embraer E170 ao gigante Boeing 747-8, a parceria oferece opções de jatos com capacidades de 70 a mais de 450 passageiros, além de aviões de carga. Só falta um turbo-hélice.
Além disso, as empresas também anunciaram que irão criar outra parceira para promoção e desenvolvimento de novos mercados e aplicações para produtos e serviços de defesa da Embraer, em especial o avião multimissão KC-390, a partir de oportunidades identificadas em conjunto.
A Boeing e a Embraer já haviam anunciado em 2016 um acordo para vendas e suporte do KC-390, Com a nova parceria, esse mesmo apoio da fabricante norte-americano agora pode ser utilizado para promover e apoiar outros produtos da Embraer na área de defesa.
“Os investimentos conjuntos na comercialização global do KC-390, assim como uma série de acordos específicos nas áreas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento e cadeia de suprimentos, ampliarão os benefícios mútuos e aumentarão ainda mais a competitividade da Boeing e da Embraer”, disse Nelson Salgado, vice-presidente executivo financeiro e de relações com Investidores da Embraer.
A aérea de defesa da Embraer era o grande entrave na negociação da parceria entre as fabricantes. O governo brasileiro, que detém ações com poder de veto (golden shares), em nenhum momento se mostrou disposto a ceder partes da divisão militar, alegando questões de soberania nacional. O acordo também não envolve o setor de aviação executiva da Embraer.
Os próximos passos em conjunto entre as fabricantes devem seguir o mesmo caminho da parceria entre a Airbus e a Bombardier. As fabricantes concorrentes concluíram recentemente o acordo de transferência do controle do programa C Series para o grupo europeu.
As aeronaves desenvolvidas pela Bombardier já são anunciadas como uma nova família de produtos da Airbus, o que também deve acontecer com os aviões comerciais da Embraer.
Veja mais: Juntas, Boeing e Embraer podem criar super grupo aeroespacial
Acordo caracu , adeus Embraer.
Que pena, estão dando o controle de uma das maiores empresas nacionais para os Estadonidenses…
Logo rolam demissões em massa e etc… Parece que nunca conseguem bater o pé, uma pena mesmo
Marco e Raphael ter apenas sentimentos nacionalistas de nada valem, pois o mundo está em mudanças constantes e quem não acompanhar, dança! Veja ou procure saber de fontes confiáveis onde a Embraer possui as principais plantas: S. J. do Campos, Gavião Peixoto e diversas outras unidades nos EUA, UK e China e por quê????