Boeing e Força Aérea dos EUA assinam acordo histórico para o caça F-15EX

Contrato de “quantidade indeterminada e de entrega indefinida” pode liberar até US$ 23 bilhões para o programa F-15EX
Imagem do primeiro F-15EX na linha de montagem da Boeing em St. Louis (Boeing)

A Força Aérea dos EUA (USAF) anunciou nesta segunda-feira (13) a assinatura de um acordo histórico com a Boeing para desenvolver a nova versão do caça F-15 Eagle, o modelo F-15EX. O contrato geral de “Quantidade Indeterminada de Entrega Indefinida” pode render a fabricante até US$ 23 bilhões, quantia equivalente a quase R$ 124 bilhões na cotação atual.

“O F-15EX é a versão mais avançada do F-15 já construída, devido em grande parte a sua espinha dorsal digital”, disse Lori Schneider, gerente de programa F-15EX da Boeing. “Seu alcance, preço e capacidade de carga incomparáveis ​​inigualáveis ​​tornam o F-15EX uma opção atraente para a Força Aérea dos EUA.”

A sobrevida ao F-15 mostra que a USAF ainda vai continuar voando por muitos anos com lendário caça projetado pela McDonnell Douglas (absorvida pela Boeing em 1997), mesmo com o advento dos caças furtivos de quinta geração, como os modelos F-22 e F-35 operados nos EUA. O Eagle é operado pela força aérea dos EUA desde 1976 e tem uma longa ficha de combate.

Ponta de lança da USAF: F-15C (monoposto) voando ao lado de um F-22 Raptor (USAF)

O desenvolvimento do novo F-15EX vai começar com um lote inicial de oito caças, parte de um segundo acordo no qual a USAF vai pagar US$ 1,2 bilhão a Boeing. Segundo a fabricante, esse valor vai cobrir os custos de engenharia e suporte iniciais do projeto e a construção das instalações de produção do caça reformulado, em St. Louis. Os dois primeiros jatos serão entregues no próximo ano, informou a empresa. Os planos futuros preveem 144 aeronaves.

A nova versão do caça vai substituir os modelos F-15C/D. Ela também vai mudar o perfil de missões do F-15, que será transformado em uma espécie de plataforma para armas hipersônicas e de longo alcance. É uma avião que vai incorporar as características de combate aéreo dos modelos C/D e combinar com os recursos do Strike Eagle, a variante de ataque ao solo. De acordo com a Boeing, o modelo reformulado pode carregar armamentos de até seis metros de comprimento e pesando até 3.175 kg (7.000 libras) ou uma carga de até 24 mísseis ar-ar.

A série F-15EX também deve marcar o fim dos F-15 monopostos (de um piloto, atual F-15C). Por hora, o modelo reformulado é projetado somente na versão para dois pilotos.

De volta ao mercado

A USAF não compra novos F-15 desde 2001, quando encomendou cinco modelos F-15E Strike Eagle, versão para dois pilotos projetada para atuar como caça e bombardeiro. Muitas das unidades do caça em serviço na frota norte-americana foram fabricados nos anos 1980, tanto que alguns desses aviões são mais velhos que os pilotos que os comandam.

Existem atualmente pelo menos 235 unidades do F-15 (versões C e D) em serviço nos Estados Unidos e o caça ainda possui características admiradas entre os militares, mesmo com o advento de seu substituto, o moderníssimo F-22 Raptor da Lockheed Martin. O Eagle ainda é mais veloz e capaz que um avançado F-35, por exemplo, embora não tenha capacidade stealth (“invisível” aos radares).

Apesar de ser um projeto com quase 50 anos, o F-15 continua sendo um dos aviões de combate mais avançados e temidos do mundo, tanto que segue despertando o interesse de outras nações. O cliente mais recente do jato militar é a força aérea do Catar, que encomendou 36 caças (versão F-15QA) em 2017 e que serão entregues a partir de 2021.

O protótipo do F-15 voou pela primeira vez em 27 de julho de 1972 (USAF)

Veja mais: Força Aérea da Alemanha encomenda dois Airbus A321LR

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