O último jato 767 configurado para transportar passageiros foi fabricado pela Boeing em 2014, concluindo uma encomenda da Air Astana, companhia aérea do Cazaquistão. A aeronave era um modelo 767-300ER, a versão mais popular na série, com quase 500 unidades entregues. A partir de então, sem pedidos adicionais na aviação comercial, a linha de produção do avião em Everett, nos Estados Unidos, ficou concentrada em finalizar somente pedidos por versões de transporte de carga e para uso militar.
Em entrevista ao Flight Global, o presidente executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, afirmou que está observando “maior interesse dos clientes” no 767, com oportunidades que podem ir além do atual foco da linha de montagem do aparelho. A fábrica atende no momento a produção de cargueiro para a FedEx e modelos “tanque” de reabastecimento de aéreo encomendados pela força aérea dos EUA (USAF), o KC-46 Pegasus.
“Continuamos a ver o interesse mais amplo dos clientes, então vamos avaliar essas oportunidades. Mas o fato de termos uma linha de produção saudável, com um avião que oferece uma proposição de valor única tanto para clientes comerciais quanto militares, não vemos a linha 767 como uma linha de produção de meio turno. É uma linha forte e de longo prazo, e tem algumas oportunidades de crescimento para nós “, diz Muilenburg.
O reaparecimento do nome do veterano bimotor da Boeing no mercado pode ser uma resposta a um movimento que vem crescendo nos últimos anos: substituir antigos 767. O modelo da fabricante americana hoje é um raro caso de um jato com capacidade entre 200 e 300 passageiros disponível para voos de até 10.000 km.
Hoje, o virtual substituto do 767 pode ser o 787-8, mas o jato de nova geração tem uma longa lista de espera de entrega e um alto preço de aquisição. Outra opção é o novo A330neo, na versão A330-800. Mas tanto o A330 como o 787, além de serem mais caros, superam as capacidades do modelo da Boeing, que atualmente opera numa faixa de demanda e alcance específica para seu porte.
A solução mais viável e barata para operadores do antigo bimotor, portanto, seria comprar novos 767, cita a análise da publicação. Um 767-300ER novo é avaliado em US$ 185 milhões, enquanto o 787-8 custa a partir de US$ 224 milhões e o A330-800 saí por US$ 245 milhões.
Os modelos de nova geração da Airbus e Boeing de fato vem ocupando o lugar de muitos 767, mas não como um avião substituto, mas como parte de planos de expansão de seus operadores.
Outra opção para substituir os velhos 767 é a aeronave que pode surgir a partir do projeto NMA (Novo Avião Médio, da sigla em inglês) da Boeing. A proposta da marca é oferecer um avião de nova geração com capacidade para transportar de 200 a 270 ocupantes e encarar rotas de até 8.000 km. A aeronave, que vem sendo chamada de “797”, porém, ainda pode levar mais de 10 anos para chegar ao mercado, se sua produção for aprovada.
Sobrevivência no setor de carga
Dispensados da aviação comercial, muitos desses jatos ainda tem uma longa carreira no setor de transporte de cargas. Convertidos para a nova função, os 767 podem carregar volumes de 50 toneladas por longas distâncias. O sucesso do modelo de carga foi tanto, que a própria Boeing vende essa versão de fábrica, o 767-300F, e também oferece um pacote de conversão, o 767 BCF (de Boeing Converted Freighter – Boeing Convertido para Cargueiro).
Segundo contagem do World Airliner Census de 2016, existem mais de 740 jatos Boeing 767 em serviço pelo mundo distribuídos por quase 100 empresas. Quase um terço desse volume de aeronaves já é composto por modelos de carga. Gigantes no setor cargueiro, a UPS opera mais 50 modelos 767-300F, enquanto a FedEx tem um contrato para receber 63 unidades do 767 de carga.
O veterano jato da Boeing ainda é um ferramenta importante para grandes companhias nos EUA, como United e American Airlines, além da Delta, dona da maior frota de 767 da aviação, com mais de 80 aeronaves.
Outro importante cliente do bimotor é o grupo Latam, com quase 40 aeronaves em serviço divididas entre suas divisões pela América do Sul. O 767 é uma das principais aeronaves da Latam Airlines no Brasil para operações em voos internacionais. A divisão brasileira opera 14 unidades do jato da Boeing.
A Boeing também crê em oportunidades do 767 no setor militar. A fabricante realiza neste momento a fase de testes e certificação do KC-46A Pegasus para a USAF. A aeronave é uma versão do jato convertido para trabalhar em tarefas de reabastecimento aéreo, equipado com um sonda de transferência de combustível – e também para ser reabastecido por outro Pegasus. A aeronave deve estrear nos EUA a partir do próximo ano.
O KC-46A é projetado para substituir a enorme frota de reabastecedores KC-135 dos EUA e pelo mundo. O antigo jato, também conhecido como Stratotanker, é baseado no Boeing 707, um avião do final dos anos 1950. A versão militar de carga também tem potencial para ocupar a vaga de antigos 707 que operam nessa função ou em outras, como o “avião-radar” E-3 Sentry.
O Boeing 767 está em serviço atualmente com 12 governos ou forças militares. A Força Aérea Brasileira (FAB) é um dos clientes do aparelho desde junho de 2016. Adquirido para realizar transporte de pessoal e cargas, o jato também foi recentemente utilizado para transportar o presidente Michel Temer em viagens oficiais internacionais.
Veja mais: Novo Airbus A321 para 240 passageiros entra na fase final de produção
Vez por outra se vê o 67-400 da Delta. Baita aeronave.
Amo B767! Era meu avião favorito até a chegada do B777, com certeza um dos melhores já fabricados de todos os tempos! Sei que 787 é o substituto do 767 mas poderia ter uma modernização do 67 com cabine do atual 77 e turbina do 87 para ficar mais eficiente, mas com o valor mais baixo que 787. E acho que se aprovado, o 797 deve ser uma nova versão do 757 com a tecnologia do 787.
Meu avião favorito sempre foi o 767 ainda não tive a oportunidade de voar mas nunca troquei essa maquina por qualquer outra o 777 e muito lindo mas nao me conquista ja o 787 me chama muito atenção sendo que uma restilização do 767 seria perfeito e com o Winglets que da um Charme nele a parte.