Quem for ao espaço da Boeing no Paris Air Show que começa na semana que vem terá a famosa sensação de déjà vu: assim como no ano passado em Farnborough (Reino Unido), a fabricante norte-americana levará os jatos comerciais 737 MAX 10 e 777-9 como seus principais destaques ao maior evento aeroespacial do ano.
As aeronaves, de fato, são o que há de mais atual no portfólio comercial da empresa, mas também são duas das suas maiores dores de cabeça no momento.
O MAX 10, maior variante do 737, com capacidade para até 230 passageiros, já deveria ter entrado em serviço, mas seguidos atrasos na certificação jogaram a estreia para 2024 – o que ainda precisa ser confirmado na prática.
Até aqui, a Boeing não tem conseguido nem mesmo aprovar o 737 MAX 7, o menor da família, que está há anos esperando o sinal verde da FAA, a agência de aviação civil dos EUA.
Superlativo
Já o 777-9 é uma aeronave ímpar: trata-se do maior bimotor de passageiros da história, capaz de acomodar quase 500 passageiros se fosse configurado com classe únuca.
A maior versão do 777X é cheia de números superlativos como no alcance (13.500 km), comprimento (quase 77 metros) e envergadura, de 71,8 metros.
Por conta disso, a Boeing desenvolveu um mecanismo de retração das pontas das asas digno de um caça de porta-aviões. Com as pontas recolhidas, o 777-9 tem sua envergadura reduzida para menos de 65 metros, faciliando seu deslocamento em aeroportos.
Não fosse o bastante, o 777X também é a única aeronave a utilizar o enorme turbofan GE9X, o maior que já voou. O título deverá ser perdido para o Ultrafan, da Rolls-Royce, no futuro.
Apesar disso, o widebody também está atrasado e uma das razões é justamente o motor da GE que em ao menos duas ocasições fez o programa de testes em voo ser suspenso.
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Se tudo der certo, o novo avião líder da Boeing entrará em serviço em 2025. Quem sabe a tempo de aparecer na próxima edição de Le Bourget com algum de seus clientes, finalmente.