Boeing fecha primeiro semestre com apenas 70 aviões comerciais entregues

Fabricante obteve 59 novas encomendas, mas apresentou um saldo negativo de 784 aviões, a grande maioria de 737 MAX
Para variar, foram poucos aviões de passageiros entregues pela Boeing em junho, um deles para a canadense WestJet (Anna Zvereva)
Para variar, foram poucos aviões de passageiros entregues pela Boeing em junho, um deles para a canadense WestJet (Anna Zvereva)

A Boeing divulgou nesta terça-feira, 14, as entregas e encomendas do segundo trimestre de 2020 com resultados decepcionantes. Foram entregues nesse período apenas 20 aviões comerciais contra 50 no primeiro trimestre. O resultado do semestre é pior: apresenta uma queda de 70% em relação a 2019 quando foram entregues 239 unidades.

Em junho, a fabricante entregou 10 jatos, mas apenas sete para companhias aéreas – outros dois foram aviões de patrulhamento marítimo P-8 para o Reino Unido e um avião-tanque KC-767 para a Força Aérea dos EUA.

Quatro dos aviões comerciais foram cargueiros, incluindo um 747-8F para a UPS. A Fedex recebeu dois 767-300F e um 777F, reforçando a demanda crescente do setor de cargas. Mesmo com boa parte da sua malha de voos sem operar, a British Airways recebeu seus dois primeiros 787-10 enquanto a canadense WestJet completou a lista com um 787-9.

A Boeing ao menos não passou em branco em encomendas no mês passado. Graças a um pedido isolado da Fedex, a empresa fechou a venda de um 767-300F. O segundo trimestre, por sinal, teve 10 pedidos firmes, todos de aeronaves cargueiras.

Graças a essa encomenda, a Boeing terminou o semestre com 59 aviões vendidos, metade deles de jatos 787 Dreamliner. Como era de se esperar, o problemático 737 MAX não recebeu um único pedido. Jato mais popular da Boeing, o 737 continua em seu martírio de buscar a aprovação das autoridades regulatórias de aviação para voltar a voar. Enquanto isso não ocorre, os cancelamentos se multiplicam.

Até junho, 373 pedidos acabaram cancelados, além de outros 439 unidades que não atendem os requisitos contábeis para serem considerados como encomendas firmes. O saldo em 2020 é de 794 aeronaves 737 MAX a menos no ‘backlog’ da Boeing.

Sem contar o jato de corredor único, a fabricante dos EUA teria conseguido ampliar suas encomendas em 10 unidades, graças aos pedidos de 787 e 767. Apesar disso, a Boeing afirmava ter um total de 4.172 pedidos pelo 737 MAX dos quais entregou apenas 387 aeronaves.

A Boeing entregou um 747-8F para a UPS (Boeing)

Veja também: Lufthansa espera receber primeiro 777X em 2021

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