A Boeing anunciou nessa quinta-feira, 14, a criação de uma equipe de especialistas para desenvolver soluções que minimizem os riscos à saúde dos passageiros nas viagens aéreas em meio à pandemia da Covid-19 e incentivar a retomada dos voos quando o surto for controlado.
A iniciativa foi batizada pela empresa como “Viagem com Segurança” (Confident Travel Initiative). O grupo trabalhará com companhias aéreas, agências reguladoras em todo mundo, passageiros, peritos em doenças infecciosas e especialistas em comportamento para elaborar novas medidas sanitárias e campanhas de conscientização e proteção sobre o coronavírus.
O objetivo da Boeing com a nova ação é tranquilizar os consumidores e trabalhadores do setor aéreo e mostrar que é seguro voar e mostrar que a aviação está se protegendo contra a ameaça do vírus.
A iniciativa reforça as novas medidas de segurança adotadas durante a pandemia, como a limpeza reforçada das aeronaves entre os voos, verificação de temperatura dos passageiros e o uso de proteções faciais. A campanha ainda lembra que os aviões comerciais já são equipados com filtros de ar de alta eficiência (HEPA) semelhantes aos usados em hospitais – e capazes de remover 99,9% de partículas como vírus, bactérias e fungos, segundo a empresa norte-americana.
A Boeing nomeou Mike Delaney para comandar a iniciativa Viagem com Segurança. O executivo tem 31 anos de experiência na companhia americana, incluindo posições de liderança nos setores de desenvolvimento e engenharia de aeronaves.
“Nosso compromisso em garantir a saúde dos passageiros e tripulações das companhias aéreas é incondicional”, disse Delaney. “As viagens aéreas estão voltando. Conforme isso aconteça, queremos que passageiros e tripulações embarquem nos aviões da Boeing sem hesitar.”
Além da campanha, a Boeing diz que continua pesquisando e avaliando novas tecnologias para aumentar a seguranças, incluindo sistemas de desinfecção por luz ultravioleta e revestimentos antimicrobianos para superfícies na cabine passageiros. A equipe conta com a participação de acadêmicos, especialistas em saúde e instituições de ensino ao redor do mundo estudando novas formas de reduzir a transmissão de doenças em aviões.
“À medida que as viagens aéreas começam a ser lentamente retomadas e as restrições diminuem em todo o mundo, a saúde e a segurança de nossas equipes e de todos que utilizam aeronaves continuam sendo nossa principal prioridade”, disse o presidente e CEO da Boeing, David Calhoun.
Nova forma de viajar
Da mesma forma como o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 levou a implementação de rigorosos procedimentos de segurança na aviação, a pandemia do coronavírus agora mostra que é necessário rever os métodos de controle e criar soluções de combater uma ameaça invisível.
Enquanto não existir uma vacina eficiente contra a Covid-19 e a inoculação em massa da população, o mundo deve manter o sinal de alerta, mesmo em regiões onde o surto for controlado. O risco de novas ondas de disseminação do vírus ainda é alto e uma das formas de combatê-lo é fechar as fronteiras, incluindo o acesso de voos internacionais para a impedir a importação de novos casos.
Entidades da aviação apontam que a recuperação do setor aéreo vai ser lenta e demorada. Além da baixa demanda de passageiros causada pelas medidas de isolamento social em vigor no mundo todo, o público de um modo geral ainda mantém cautela sobre viajar de avião temendo a contaminação.
São novos tempos para a aviação e uma experiência diferente para o passageiro. No período pós-pandemia, o uso de proteções faciais deve ser estabelecido como um padrão por muitos anos no setor aéreo – e em todo tipo de estabelecimentos com ambientes fechados. Procedimentos em aeroportos devem ser alterados, incluindo inspeções de saúde para rastrear possíveis infectados. Isso pode resultar em mais tempo de espera, contando ainda cuidados para evitar aglomerações de pessoas em filas de embarque e controles de segurança. É uma nova forma de viajar e ela já começou.
Veja mais: Azul inicia voo de cargas em aviões de passageiros