A Boeing deixou a concorrência para o novo Centro de Operações Aerotransportadas de Sobrevivência (SAOC na sigla em inglês), que dará origem ao sucessor do E-4B Nightwatch, aeronave da Força Aérea dos EUA (USAF) também conhecida como “avião do juízo final”.
Baseados em antigos Boeing 747-200, os E-4B têm a missão de manter ativo o comando e controle da segurança dos EUA em caso de um apocalipse nuclear, daí o apelido. Eles são preparados para voar em condições bastante críticas.
A aeronave possui proteções especiais para resistir aos pulsos eletromagnéticos causados por uma explosão nuclear e contramedidas ativas e passivas contra ataques de mísseis. Além disso, ele pode permanecer voando por 72 horas ininterruptas com o auxílio de aviões de reabastecimento aéreo.
O motivo do afastamento da fabricante teria sido a discordância com os termos do edital proposto pela USAF, que inclui uma proposta por preço fixo. Ou seja, qualquer tipo de imprevisto no programa, o prejuízo terá de ser arcado pelo contratado.
A relutância da Boeing faz todo o sentido já que ela tem perdido dinheiro com os contratos do avião-tanque KC-46A Pegasus e os dois novos Air Force One, aviões presidencias – em ambos ela topou receber um valor fixo.
Sierra Nevada segue na competição
A USAF lançou a concorrência orçada em US$ 8 bilhões em 2019 e pretende escolher o vencedor em 2024. Além da Boeing, também havia enviado proposta a Sierra Nevada Corporation, empresa conhecida por ser parceira da Embraer no A-29 Super Tucano.
Ao site Breaking Defense, a Boeing afirmou que está “abordando todas as novas oportunidades de contrato com disciplina adicional para garantir que possamos cumprir nossos compromissos e apoiar a saúde de nosso negócio a longo prazo.”
A empresa reforçou, no entanto, que sua proposta é baseada em 60 anos de experiência em desenvovler aeronaves militares a partir de modelos comerciais, como é o caso do E-4B.
Conversão de Boeing 747-8
Sigiloso, o programa SAOC não esclarece certos detalhes como a aeronave a ser usada, mas é praticamente certo que o jatos Boeing 747-8 usados servirão como base para a instalação dos sistemas e equipamentos necessários para a missão.
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A Sierra Nevada, inclusive, inaugurou em agosto uma ampla facilidade em Dayton, Ohio, capaz de modificar aeronaves de grande porte como o 747. A tendência é que o vencedor da concorrência siga um modelo semelhante ao VC-25B, as duas novas aeroanves presidenciais dos EUA.
Em vez de produzir jatos 747 novos, como fez com o VC-25A, que possuem receptáculos de reabastecimento em voo, a Boeing escolheu dois 747-8 que estavam armazenados para adaptá-los para o padrão VVIP.