Boeing perde chance de mudar lei e evitar retrabalho no 737 MAX 7 e 10

Projeto de lei de defesa não incluiu exceção para que os dois modelos de aeronaves ganhassem tempo para serem certificados antes que nova lei de segurança entre em vigor
Boeing 737 MAX 7
O 737 MAX 7 deve entrar em serviço em 2024 (Anna Zvereva)

Aumentaram as chances de a Boeing ter de rever o projeto dos jatos 737 MAX 7 e 737 MAX 10 e incluir um novo sistema de alerta à tripulação previsto numa lei que entrará em vigor a partir de 27 de dezembro.

Nesta terça-feira, 6, congressistas dos EUA não aceitaram mudar um projeto de lei de defesa para incluir uma exceção para que a Boeing pudesse certificar as duas aeronaves pelas regras atuais.

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Resta ainda mais uma tentativa de alterar o projeto de lei antes da votação enquanto a fabricante tenta convencer senadores a incluir a exceção em outra proposta em tramitação, mas fontes da Reuters afirmaram que esse assunto deve ser resolvido apenas em 2023.

Se não conseguir eximir os dois modelos de atender à nova legislação nos próximos 20 dias, a Boeing terá de postergar os planos de certificação do 737 MAX 7 e do 737 MAX 10, atrasando significativamente suas entradas em serviço.

O Boeing 737 MAX 10 só deve entrar em serviço em 2024 (Boeing)

A empresa chegou a ameaçar cancelar o programa MAX 10, uma aeronave com até 230 assentos e que pretende limitar o sucesso do Airbus A321neo, mas parece pouco provável que isso não passe um blefe – a Boeing já vendeu mais de mil aeronaves de ambas as versões.

Caso venha a incluir o novo sistema de alerta no cockpit, uma exigência estabelecida em dezembro de 2020 após dois acidentes que vitimaram 346 pessoas, é provável que a fabricante estenda a mudança também ao 737 MAX 8 e 737 MAX 9, versões que estão em operação e não estão incluídas na nova lei.

A razão é que seria pouco produtivo para as companhias aéreas treinar tripulações em dois sistemas diferentes caso elas operem as variantes antigas e novas.

Mesmo se conseguir a exceção, a Boeing estima certificar o 737 MAX 7 no início de 2023 e o 737 MAX 10, apenas em 2024. Sem ela, o atraso promete ser significativo.

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