Boeing pode suspender produção do 737 MAX

Com a confirmação pela agência de aviação civil dos EUA que aprovação para retorno do jato não deve ocorrer tão cedo, fabricante pode reduzir ou até mesmo suspender temporiamente sua montagem
737 MAX (Boeing)
737 MAX: sem previsão de retorno ao serviço, Boeing pode suspender produção do seu jato mais popular (Boeing)

A afirmação do chefe da FAA, Steve Dickson, de que a aprovação para o retorno ao serviço do 737 MAX não ocorrerá em 2019 colocou a Boeing em uma situação delicada. A fabricante contava com a autorização da agência aviação civil dos EUA para que ao menos os aviões pudessem ser entregues aos seus clientes a fim de esvaziar seus pátios para novos jatos que estão sendo produzidos.

No entanto, sem perspectivas de contar essa permissão, a Boeing estaria estudando reduzir a produção ou mesmo suspendê-la, segundo revelou o jornal Seattle Times. Um encontro entre a cúpula da empresa está ocorrendo Chicago, sede da Boeing, desde o domingo e há a expectativa de um anúncio oficial nesta segunda-feira.

Suspender a montagem do 737 MAX é uma medida drástica e está sendo evitada a todo custo pela companhia. A razão é que essa opção prejudica toda a cadeia produtiva da empresa e seus fornecedores, além de levar tempo até ser colocada em prática.

Para a FAA, ainda é cedo para pensar na retomada da operação do 737 MAX já que há várias etapas a serem cumpridas pela Boeing. A agência também está em meio a uma investigação sobre problemas dentro da linha de montagem do jato em Renton. Relatos de um ex-funcionário da fabricante falam em pressa em cumprir prazos ignorando possíveis riscos em sua produção.

O posicionamento da agência de aviação civil dos EUA veio após a Boeing divulgar que esperava retomar as entregas do avião em dezembro e que foi considerada uma forma de pressão pública para que a FAA tomasse a decisão rapidamente.

A FAA sugeriu que a aprovação pode ocorrer apenas em fevereiro ou março, o que empurraria o retorno do 737 MAX ao serviço no segundo trimestre de 2020. A American Airlines, por exemplo, já reprogramou o retorno da sua frota para 6 de abril.

Atualmente, a Boeing produz 42 unidades do 737 MAX por mês e tinha planos de elevar a produção para 57 aeronaves antes do aterramento em março após dois acidentes fatais com aviões da Lion Air e Ethiopian Airlines. Em ambos, as suspeitas recaem sobre o software MCAS (Sistema de Melhorias das Características de Voo), que foi projetado para corrigir a posição da aeronave com comandos automáticos em situações de ângulo vertical acentuado sem a velocidade adequada, cenário que pode causar a perda de sustentação em voo.

737 MAX estacionados na Boeing: crise da fabricante não tem fim (SounderBruce)

Veja também: Problemas no 737 MAX poderiam resultar em 15 acidentes, reconhece FAA

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  1. Meus caros, antes de mais nada pelo site. Conteúdo irreparável, com muita qualidade!

    Um pergunta (já um pouco fora de contexto): pelas imagens do voo do Flamengo para Lima, parece que o avião da Gol é o 737 Max. Seria possível? Esses aviões têm voado de forma regular no Brasil?

    Um abraço e, desde já, meu muito obrigado,

    André

  2. Andre. Não, trata-se de um 737-800 NG.

    Nenhum 737 MAX pode voar regularmente no planeta, apenas o traslado da propria boeing das aeronaves recem produzidas entre as bases.

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