A Boeing confirmou nesta quarta-feira (23) em seu relatório do terceiro trimestre que o início de operação do 777X foi postergado para 2021. Até então, a fabricante insistia que a Lufthansa receberia o widebody no final do ano que vem e a Emirates na sequência.
Sobre o primeiro voo, a Boeing continua a afirmar que ele ocorrerá em breve: “permanece no caminho para o primeiro vôo no início de 2020. A empresa agora está visando o início de 2021 para a primeira entrega do 777X”, diz a nota.
Maior jato bimotor da história com capacidade para transportar até 426 passageiros, o 777X deveria ter voado pela primeira vez em junho, mas problemas com o seu novo motor GE9X obrigaram a Boeing a atrasar o programa. A GE acaba de entregar uma nova versão do turbofan com correções feitas e que devem permitir que o widebody na versão 777-9 possa realizar seu voo inaugural, finalmente.
Mesmo assim, pouca gente acredita que a Boeing conseguirá certificar a aeronave em cerca de um ano. Para Tim Clark, CEO da Emirates Arline, é necessário um período de 13 a 16 meses de testes, disse para a agência Reuters recentemente. O executivo afirmou que esperava contar com oito unidades do 777-9 em 2020, mas que “agora parece que não teremos nenhum”.
Na esteira de problemas com o programa, a fabricante decidiu suspender o desenvolvimento da variante 777-8, para até 384 passageiros em duas classes. Com maior alcance (16.090 km), o jato tem apenas 45 unidades encomendadas, incluindo 30 da Emirates e 10 da Qatar Airways. O motivo foi o atraso no irmão maior e também os problemas com o 737 MAX. Agora o jato tem previsão de entrar em serviço apenas em 2023.
Produção menor
No relatório, a Boeing também informou que reduzirá a produção do 787, atualmente seu avião comercial mais entregue. A partir do final de 2020, o ritmo mensal de produção cairá de 14 para 12 aviões. Justificando a decisão por conta do “atual ambiente global de comércio”, a fabricante acabou confirmando a expectativa que existia após a Aeroflot desistir de uma grande encomenda do bimotor.
A respeito do 737 MAX, a Boeing continua a crer que o jato voltará a voar até dezembro e que com isso elevará a produção mensal de 42 unidades para 57 aviões até o final de 2020. A empresa terminou o trimestre com uma carteira de pedidos de quase 5.500 aeronaves e no valor US$ 387 bilhões (quase R$ 1,6 trilhão).
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