A Boeing pretende obter até US$ 25 bilhões (cerca de R$ 140 bilhões) com oferta de ações e títulos de dívida no mercado financeiro a fim de levantar dinheiro suficiente para sustentar seu balanço patrimonial pelos próximos três anos.
A informação consta de um documento regulatório publicado pela companhia nesta terça-feira, 15. A Boeing também revelou ter chegado a um acordo de crédito com um pool de bancos para obter outros US$ 10 bilhões em curto prazo.
As medidas ocorrem na esteira de uma greve em suas principais fábricas de aviões comerciais em Renton e Everett, no estado de Washington.
Cerca de 33.000 funcionários está de braços cruzados desde 13 de setembro após rejeitarem uma proposta de aumento salarial de 25% para os próximos quatro anos.
A Boeing então elevou a oferta para 30%, porém, os funcionários recusaram, o que fez a empresa retirar a proposta.
Divisão de defesa com graves problemas
A parada na produção de aeronaves como o 737, 767 e 777 tem gerado cerca de US$ 1 bilhão em perdas por mês. No relatório preliminar do 3º trimestre, a empresa afirmou ter perdido US$ 5 bilhões.
Os problemas da gigante dos EUA, que tem 170.000 funcionários e anunciou que cortará 10% deles, não se resumem à divisão comercial.
A Boeing Defense and Space (BDS) teve prejuízos com seus principais programas como o jato de treinamento T-7A, o avião-tanque KC-46A e o drone MQ-25.
Além disso, a nave Starliner, que deveria levar a trazer dois astronautas até a Estação Espacial Internacional (ISS) teve problemas e voltou à Terra vazia.
Em virtude disso, o CEO da divisão, Ted Colbery, foi sacado do cargo, substituído por Steve Parker.
As ações da Boeing fecharam o pregão em alta de 2,23% na terça-feira.