A Boeing divulgou hoje sua previsão anual para o mercado aéreo comercial, refletindo o impacto da pandemia da COVID-19 e a visão da empresa sobre a dinâmica do setor aéreo de curto, médio e longo prazo.
“Embora este ano tenha sido sem precedentes em termos de ruptura em nossa indústria, acreditamos que a indústria aeroespacial e de defesa irão superar esses desafios no curto prazo, retornar à estabilidade e emergir com força”, disse o diretor de estratégia da Boeing, Marc Allen.
Segundo o estudo da Boeing, as companhias aéreas vão exigir na próxima década 18.350 novos aviões avaliados em cerca de US$ 2,9 trilhões. A nova estimativa sobre o volume de encomendas de aeronaves é 11% inferior a previsão divulgada pela companhia no ano passado.
“As companhias aéreas em todo o mundo começaram a se recuperar de uma queda de mais de 90% no tráfego de passageiros e na receita no início deste ano, mas uma recuperação completa levará anos”, diz o comunicado da Boeing.
No longo prazo, com a expectativa de que os principais impulsionadores da indústria permaneçam estáveis, a Boeing afirma que a frota comercial deverá retornar à sua tendência de crescimento, gerando demanda por mais de 43.000 novos aviões no período de 20 anos.
“A aviação comercial está enfrentando desafios históricos este ano, afetando significativamente a demanda de curto e médio prazo por aviões e serviços”, disse Darren Hulst, vice-presidente de Marketing Comercial. “No entanto, a história também provou repetidas vezes que as viagens aéreas são resilientes. A interrupção atual informará as estratégias da frota de companhias aéreas no futuro, à medida que as companhias aéreas se concentram na construção de frotas versáteis, redes e inovações de modelo de negócios que oferecem a maior capacidade e maior eficiência para o crescimento sustentável.”
O que vem depois da pandemia?
Passada a pandemia, a Boeing estima que nos próximos 20 anos o tráfego de passageiros deve crescer em média 4% ao ano. Seguindo esse ritmo, a fabricante diz que a frota comercial global deve chegar a 48.400 aeronaves até 2039, ante os 25.900 aviões de hoje. Durante este período, a Ásia deve responder por quase 40% da demanda.
Aviões de corredor único como o 737 MAX continuarão a ser o maior segmento de mercado, com operadoras encomendado 32.270 novos aviões nos próximos 20 anos. A Boeing afirma que a demanda nessa categoria terá uma recuperação mais rápida devido ao seu papel fundamental nas rotas de curta distância e nos mercados domésticos, bem como à preferência dos passageiros por serviço ponto a ponto.
No mercado widebody, a Boeing prevê demanda por 7.480 novos aviões de passageiros até 2039. A demanda por grandes jatos será afetada por uma recuperação mais lenta nos mercados de longa distância, bem como as incertezas do impacto do COVID-19 nas viagens internacionais, segundo a previsão da empresa norte-americana.
Por fim, a Boeing espera que a demanda por carga aérea, um raro ponto positivo em 2020, deve crescer 4% ao ano e gerar uma necessidade por 930 novos cargueiros de grande porte e 1.500 cargueiros convertidos até 2039.
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