Um comunicado divulgado pela Boeing nesta quarta-feira, 19, chamou a atenção por dois motivos. Primeiro, a fabricante confirmou a venda de até quatro novos jatos 737 MAX 8 para a companhia aérea polonesa Enter Air, mesmo com a aeronave ainda proibida de voar. Segundo: a empresa norte-americana agora decidiu chamar o problemático avião como “737-8”.
Empresa de voos charter, a Enter Air já conta com dois modelos 737 MAX 8 na frota e havia encomendado outros quatro exemplares antes da aeronave ser aterrada, em março de 2019. Com o novo contrato, a companhia adicionou mais dois pedidos firmes e opções de compra para outros dois aviões do mesmo tipo. Para a Boeing, esse novo acordo é um alívio: a fabricante já registrou quase 400 cancelamentos pelos jatos da família MAX em 2020.
“Apesar da crise atual, é importante pensar no futuro. Para esse fim, concordamos em solicitar aeronaves 737-8 adicionais. Após as verificações rigorosas pelas quais o 737 MAX está passando, estou convencido de que será a melhor aeronave do mundo por muitos anos ”, disse Grzegorz Polaniecki, diretor geral e membro do conselho da Enter Air.
A frota da Enter Air inclui 22 jatos 737-800 Next-Generation, todos configurados para transportar até 189 passageiros, mesma capacidade dos novos 737 MAX 8 adquiridos pela empresa de Varsóvia.
A empresa polonesa e a Boeing também concluíram um acordo para lidar com os impactos comerciais decorrentes da paralisação dos 737 MAX. Embora os detalhes do acordo sejam confidenciais, a compensação será fornecida em várias parcelas e escalonadas.
“No acordo com a Boeing, concordamos em revisar o cronograma de entrega dos aviões encomendados anteriormente em resposta às atuais condições de mercado. Os termos específicos do acordo são estritamente confidenciais, mas estamos satisfeitos com a forma como a Boeing nos tratou como seus clientes”, acrescentou Polaniecki.
“Estamos muito satisfeitos com o compromisso da Enter Air com a família Boeing 737. Seu pedido de 737-8 adicionais ressalta sua confiança no avião e nos homens e mulheres da Boeing ”, disse Ihssane Mounir, vice-presidente sênior de Vendas Comerciais e Marketing da Boeing.
A Boeing não comentou sobre a aparente mudança no nome do 737 MAX, algo que no ano passado foi sugerido por executivos de empresas aéreas e até mesmo pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
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