Perto de ter o 737 MAX de volta aos voos comerciais, a Boeing se vê diante de um novo dilema: o que fazer com centenas de aviões já fabricados, mas cuja compra foi cancelada pelos clientes originais?
Segundo a Reuters, a solução tem sido oferecer essas aeronaves, apelidadas de ‘white tail’ (cauda branca por conta da ausência de pintura), para algumas companhias aéreas. Uma delas é a Delta Air Lines, que teria recebido uma proposta para receber nada menos que 40 jatos 737 MAX.
A hipótese já havia sido comentada quando surgiram rumores de que a Boeing poderia aceitar os 717-200 usados pela Delta como parte de um acordo para assumir pedidos do 737 MAX, mas sem que essas aeronaves fossem entregues tão cedo.
Delta não é cliente do 737 MAX
Na semana passada, no entanto, a Delta revelou que pretende manter o 717 (um MD-95) em serviço até 2025. Outro problema é que a companhia aérea tem preferido aviões da Airbus, que mesmo assim terão as entregas postergadas por conta da queda na demanda de passageiros.
A Delta é a única das três grandes companhias dos EUA a não ter encomendado o MAX e fontes no mercado creem que aceitar esse acordo proposto pela Boeing seria “uma surpresa”.
Enquanto tenta encontrar compradores para parte dos 460 aviões fabricados e armazenados nos EUA, a Boeing conta os dias para receber a recertificação de tipo do 737 MAX.
“Eu gosto do que vi”
Nesta quarta-feira, 30, o chefe da FAA, Steve Dickson, cumpriu a promessa de pilotar a aeronave. O executivo, que é piloto comercial, afirmou que “gostou do que viu” e que se sentiu confortável a bordo do jato. “Fiz dois pousos e também algumas manobras aéreas durante cerca de 2 horas”, disse.
Dickson, no entanto, fez questão de lembrar que sua experiência de voo não tem qualquer relação com o processo de aprovação, que só ocorrerá quando a agência estiver convencida de que o avião é seguro. A Boeing espera que isso ocorra ainda neste trimestre.
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