Às voltas com a necessidade de um empréstimo gigantesco do governo americano e após abandonar a Embraer numa joint venture de US$ 4,2 bilhões, a Boeing voltou a ter um mês com desempenho pífio nas entregas e encomendas. Em abril, foram entregues apenas cinco aviões comerciais – três 787 para a United Airlines, um Dreamliner para a American Airlines, um 777F para a DHL, além de um P-8A Poseidon (versão militar do 737NG) para a Marinha dos EUA.
Nenhuma encomenda foi fechada no mês passado, repetindo o mesmo situação de janeiro e que não ocorria desde 1962. Por outro lado, a fabricante dos EUA voltou a ter baixas nos pedidos do 737 Max. Desta vez, as empresas de leasing GECAS e CDB Aviation cancelaram um total de 98 pedidos do 737 Max, que se somaram a outras 10 unidades de clientes não identificados.
No acumulado do ano, a Boeing viu sua lista de pedidos pendentes encolher 516 aviões. Os únicos modelos a terem experimentado um crescimento nas encomendas foram o 767 (2 unidades cargueiras) e o 787, que acumula um saldo positivo de 22 aeronaves.
Segundo a empresa, o existem 5.314 aviões a serem entregues, 81% deles do 737 Max. A Boeing pretende retomar a produção do jato nas próximas semanas, mas ainda precisa resolver uma situação complicada, a de entregar mais de 400 aviões que estão prontos e estocados, mas impedidos de voar.
O CEO da Boeing, David Calhoun, afirmou na semana passada que acredita que as entregas serão retomadas até agosto. O jato ainda depende da aprovação das autoridades de aviação civil para voltar a operar comercialmente.
Cenário adverso para todos os fabricantes
Os resultados péssimos da Boeing se somam aos números da Airbus, que entregou apenas 14 aviões no mês passado – seis A320neo, seis A321neo, um A330-200 e um A350-900. A Embraer foi ainda pior, sem ter registrado qualquer pedido em 2020 e finalizado somente cinco jatos comerciais.
E a tendência é de mais turbulências pela frente, à medida que mais clientes cancelam ou revisam seus pedidos diante de uma demanda por transporte aéreo claudicante. Para piorar o quadro, haverá um excesso de oferta de jatos de segunda mão e que, embora menos eficientes, devem ter os valores de leasing reduzidos a fim de compensarem essa desvantagem operacional. Ou seja, vai sobrar avião no mercado ao menos por algum tempo.
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vou fazer o pedido de dois… bora ajudar e reativar a economia ?