O sonho do Exército Brasileiro (EB) em voltar a operar aviões não durou nem uma semana. O presidente Jair Bolsonaro revogou o decreto assinado no último dia 2 de junho que permitiria a Força Terrestre ter novamente suas próprias aeronaves de asa fixa após 79 anos.
Com a nova determinação, Bolsonaro restaurou a vigência do decreto de 1986 que estabelece que a Aviação do Exército tem autorização apenas para operar helicópteros.
O decreto a favor do Exército teve repercussão negativa no alto comando da Força Aérea Brasileira (FAB). Brigadeiros ouvidos pela jornal o Estado de São Paulo criticaram a “oportunidade da medida”, citando o momento de crise econômica do país, em que as verbas para a Defesa são escassas e que a decisão poderia afetar a operação conjuntas das duas Forças.
Um coronel da FAB citado pelo jornal e que pediu anonimato reclamou dos termos abrangentes do decreto presidencial, que em tese permitiriam ao Exército ter qualquer tipo de aeronave de asa fixa e não apenas modelos de transporte de tropas.
A revogação do decreto coloca em dúvida a aquisição de oito aeronaves de transporte Short C-23B Sherpa pelo Exército Brasileiro. A entrega dos primeiros aviões (aparelhos de segunda mão oriundos de estoques dos EUA) era prevista para 2021. O Airway tentou contato com o EB para esclarecer essa questão, mas não recebeu uma resposta até o fechamento deste texto.
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