Demorou nada menos que 12 anos para que o projeto de um jato comercial da Bombardier virasse realidade. Nesta quarta-feira, 29, a fabricante canadense, enfim, entregou o primeiro exemplar do CS100, primeiro membro da nova família de birreatores “C Series”. A companhia Swiss estreará o modelo no dia 15 de julho como parte do seu plano de substituição dos veteranos quadrirreatores britânicos Avro RJ100.
A rota de estreia ligará Zurique a Paris oferecendo 125 assentos – 105 na econômica e 20 na executiva. Não será, no entanto, o primeiro voo com passageiros do CS100. No dia 3, a Bombardier promoveu um voo de teste com 100 passageiros entre Zurique e Dublin. A empresa agora quer recuperar o tempo perdido e aproveitar as vantagens do jato – que tem também o irmão maior CS300 a caminho.
Primeiro novo jato entre 100 e 150 em 30 anos
Quando lançou o programa C Series em julho de 2004, a Bombardier havia decidido enfrentar não só o crescimento da Embraer, que pouco antes havia apresentado seus primeiros E-Jets, como também a Boeing e Airbus, gigantes que dominam o mercado de jatos comerciais acima de 120 lugares.
Para isso, a “C Series” ofereceria dois modelos, o CS100, capaz de levar entre 108 e 133 passageiros, e o CS300, que pode ser configurado com 130 a 160 assentos. Isso significa não só mirar na mesma capacidade do E195 E2, da Embraer, como encarar duas lendas da aviação comercial, o Boeing 737 e o Airbus A320. Não é à toa que a Bombardier se refere ao CS100 como “o primeiro jato comercial inédito nesse segmento nos últimos 30 anos”.
Comparado ao birreator da Embraer, o CS100/300 possui fileiras de cinco assentos (2+3), uma a mais que o avião brasileiro. São 30 metros de comprimento na versão CS100 e quase 39 metros na CS300, tamanho semelhante ao 737 Max e ao A320 Neo. Ele adotou algumas das mais avançadas tecnologias do momento como comandos “fly-by-wire” (presentes no Airbus e apenas 100% no E190 E2), motores Pratt & Whitney PW1500G e materiais compostos na fuselagem.
Segundo a Bombardier, ele é o mais silencioso jato em operação no mundo e possui as poltronas mais largas do mercado, com 19 polegadas, além de bagageiros maiores que os rivais. O alcance máximo é de 6,1 mil km.
Lista de encomendas magra
Se no papel o CS100 parece um jato promissor por enquanto isso não se confirmou na prática. Até março deste ano, existiam apenas 243 encomendas firmes dos dois jatos. Agora, com a entrada em serviço confirmada, a situação parece que deve melhorar: a Air Canada, por exemplo, anunciou nesta semana a compra de 45 CS300 e mais 30 opções, embora a empresa seja uma cliente esperada.
O trunfo da Bombardier, no entanto, veio em maio com a encomenda de 75 CS100 pela Delta numa disputa em que ela derrotou primeiro o E190 E2 e depois bateu o 737-700, algo que soou como um alarme para a Boeing. Não por acaso, o negócio recebeu críticas sobre supostos subsídios recebidos pela empresa canadense que tornam seus produtos mais vantajosos.
Quem acompanhou a disputa por vendas entre Embraer e Bombardier na década de 90 deve ter uma sensação “déjà vu”, agora com a participação de Boeing e Airbus.
Uma aeronave fantástica e com avanços tecnológicos a frente dos concorrentes que se bem suportada pela Bombardier deve abocanhar uma fatia do bolo neste valioso segmento.
Espero ver a Embraer com a mesma coragem e também lutar pelo seu pedaço na disputa com a Boeing, Airbus, Bombardier, Comac e Irkut MC-21.
Na Wikipédia diz que o alcançe do E195 e2 é maior do que informado nesse comparativo. Esses dados não são do atual E195?
Principal concorrente da EMBRAER lança seu novo produto que rivaliza com sucesso em desempenho ao E195-E2 desta. Assim o preço deste vai ter que ser mais em conta ou encalha já que o alcance do E195-E2 foi entendido para 4600Km. Custo da hora de vôo será o principal e não quem voa mais longe. O KC-390 não vender vai ser o 2ª desastre da EMBRAER. O 1ª foi com o CBA-123 do sarney.