Bombardier planeja vender divisão de aviões turbo-hélices Q Series

Medida vai cortar cerca de 5.000 empregos e poupar US$ 250 milhões por a ano a companhia
(Bombardier)
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Os aviões turbo-hélice da Bombardier continuarão sendo produzidos pela Viking Air (Bombardier)

Depois de vender o programa dos jatos CSeries para a Airbus, a Bombardier agora planeja vender os direitos de produção dos turbo-hélices Q Series. A fabricante anunciou nesta quinta-feira (8) que vai transferir o controle da divisão para o grupo Longview Aviation Capital, também do Canadá. A negociação avaliada em US$ 300 milhões deve ser concluída até o segundo semestre de 2019, informou a empresa canadense.

No comunicado sobre a venda da divisão de turbo-hélices, a Bombardier diz que o foco agora é no programa de jatos CRJ. “À medida que continuamos participando ativamente no mercado de aeronaves regionais como nossos aviões estabelecidos, nosso foco é reduzir custos e aumentar volumes, enquanto otimizamos o mercado de reposição para os cerca de 1.500 CRJ em serviço”, diz a nota.

A Longview Aviation Capital é a controladora da Viking Air, que anteriormente adquiriu os direitos de produção de aviões da “de Havilland Canada” (DHC), antiga fabricante que foi adquirida pela Bombardier Aerospace em 1992. O Dash-8, hoje um dos modelos da família Q Series da Bombardier, foi desenvolvido originalmente pela DHC e lançado na aviação comercial em 1984.

O contrato cobre todos os ativos e propriedade intelectual e os Certificados de Tipo associados ao Dash 8 Series 100, 200 e 300, além das operações do programa Q400 na fábrica de Downsview em Ontário, Canadá. O comunicado da Bombardier ainda acrescenta que a Longview assumirá a responsabilidade pelo suporte mundial a mais de 1.000 aeronaves em serviço ou programada para produção – a fabricante tem 66 turbo-hélices encomendados.

Existem mais de 1.000 Dash-8/Q Series em operação pelo mundo todo (Bidgee/Creative Commons)
Existem mais de 1.000 Dash-8/Q Series em operação pelo mundo todo (Bidgee/Creative Commons)

A Bombardier também vai vender suas atividades de treinamento de aviação executiva para a CAE, dos Estados Unidos, por US$ 800 milhões. Com essa outra venda, a fabricante diz que agora ficará concentrada no desenvolvimento de aeronaves e serviços.

A venda de divisões de mais divisões foi a forma encontrada pela Bombardier em seu plano de reestruturação, o que também inclui o corte de 5 mi empregos em toda a empresa nos próximos dois anos. O objetivo do grupo canadense é gerar uma economia de US$ 250 milhões por ano até 2021. Isso posicionará a fabricante na fase final de seu plano de recuperação financeira.

De oficina a fabricante de aviões

O grupo Longview Aviation Capital foi formado em 2016 e controla a Viking Air, que nasceu na década de 1970 prestando serviços de manutenção especializado em aviões DHC, incluindo os primeiros Dash-8.

Com o fim da antiga empresa canadense, em 1992, a Viking Air iniciou a fabricação de peças de reposição para aviões fora de linha e, mais adiante, adquiriu os direitos de produção de uma série de projetos da DHC – o Dash-7, que seria o primeiro modelo da atual família Q Series da Bombardier, já pertence à Viking.

O Twin Otter opera atualmente em 57 países (Viking Air)
Renascido depois de 20 anos, o clássico Twin Otter vem obtendo bons resultados em seu nicho (Viking Air)

Em 2007 a Viking Air retomou a produção do bimotor utilitário DHC-6 Twin Otter, que havia sido encerrada pela DHC, então comandada pela Boeing, em 1988. Desde então, a ex-oficina e agora fabricante de aviões já entregou mais de 120 unidades do DHC-6 de nova geração.

Veja mais: NASA inicia testes de voo supersônico silencioso

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  1. Acho que vale uma retificação. A CAE é uma empresa canadense com sede em Montreal, assim como a Bombardier.

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