A Bombardier confirmou na última semana a conclusão da venda de sua unidade de transporte ferroviário, a Bombardier Transportation, para a empresa francesa Alstom. Com a transferência da divisão de trens, o grupo canadense agora é totalmente focado na área de aviação executiva e serviços aeronáuticos.
A venda da divisão ferroviária renderá a Bombardier uma receita de US$ 3,6 bilhões, incluindo US$ 600 milhões em ações da Alstom. A transação ajudará o grupo canadense a saldar suas dívidas, que giram em torno de US$ 10 bilhões.
“Com esta transação agora concluída, a Bombardier inicia um novo capítulo empolgante focado exclusivamente no projeto, construção e manutenção dos melhores jatos executivos do mundo”, disse Éric Martel, presidente e CEO da Bombardier.
Os rendimentos da transação foram menores do que a estimativa anterior de US$ 4 bilhões devido às “condições de mercado desfavoráveis”, informou a empresa do Canadá.
Liquidação de divisões
Em situação financeira delicada, a Bombardier foi forçada a vender todas as suas divisões na aviação comercial. Em 2019, a empresa vendeu os direitos de produção dos turboélices QSeries ao grupo canadense Longview Aircraft Capital, que rebatizou a série novamente com seu nome original, Dash 8, e ressuscitou a marca De Havilland Canada.
Outra baixa importante em 2019 foi a venda da Short Brothers, na Irlanda do Norte, que pertencia ao grupo desde 1977. A divisão foi adquirida pela Spirit AeroSystems, por $ 275 milhões. Essa mesma empresa também assumiu as fábricas de aeroestruturas da Bombardier nos EUA e Marrocos.
No ano passado, a fabricante canadense também abriu mão de sua participação no programa A220 (ex-Bombardier CSeries), comprada em definitivo pela Airbus por US$ 591 milhões – a província do Quebec ainda detém 25% do programa. Em junho de 2020, a Bombardier vendeu o programa de jatos regionais CRJ para o conglomerado japonês Mitsubishi Heavy Industries, por US$ 550 milhões.
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