Enfim, o Brasil passou a ser um destino mundial do Airbus A380, maior avião de passageiros em operação no mundo. A Emirates, não por acaso a maior operadora do jato de dois andares, substituiu o modelo Boeing 777-300ER neste domingo (26) e já pretende colocar na rota a versão com maior densidade de assentos a partir de dezembro. Mas, afinal, vale a pena ter o gigantesco avião como opção?
Além do aspecto simbólico (afinal ser destino do A380 é uma espécie de atestado de grandeza no mundo da aviação), receber o avião da Airbus exige investimentos além de uma demanda muito alta. Tanto assim que a Emirates só decidiu colocar o avião na rota São Paulo-Dubai assim que a Etihad deixou de operar um voo num trecho próximo. Mesmo com o Brasil em recessão, o fluxo de passageiros que utilizam o Oriente Médio como hub internacional, principalmente para a Ásia, tem se mostrado elevado já que não só a Emirates como a Qatar também tem planos de ampliar sua presença na região.
Chuveiro e bar
Pelo lado do passageiro, voar no A380 é uma experiência com pontos altos e outros baixos, segundo dizem alguns sites no exterior. A primeira classe, por exemplo, é maior (14 contra 8 lugares) e mais espaçosa horizontalmente, porém, o teto do piso superior é bem mais baixo do que no 777. Nada disso conta quando você descobre que pode tomar um banho dentro do avião ou dar uma esticadinha até o bar que fica na divisão com a classe executiva, privilégios do Airbus (veja na galeria).
Na classe executiva, no entanto, o A380 tem poltronas com 2 polegadas a menos de largura se comparadas ao Boeing (5 cm), além do teto mais baixo, afinal ela também fica no piso de cima da aeronave. Em compensação, você tem mais espaço para as pernas que no 777. O Airbus também tem um voo mais suave e silencioso, segundo relatos de jornalistas que testaram o avião no exterior.
A imensa classe econômica, com 399 lugares (45 a mais que toda a lotação do 777), compensa por oferecer assentos mais largos e alguns com maior espaço para as pernas, um grande problema em voar nessas poltronas. Em comum, os dois aviões possuem disposição de assentos 3-4-3 na econômica, o que obriga um casal, por exemplo, a viajar de preferência na fileira central para ter mais liberdade de se movimentar na aeronave.
Peso pesado
Já pela ótica da companhia aérea, optar pelo Airbus A380 numa rota significa ter um custo muito mais alto de consumo de combustível. Enquanto os dois motores do Boeing 777 possuem 115 mil libras de empuxo cada os quatro turbofans do Airbus têm 70 mil libras cada. Segundo o site Axlegeeks, isso se traduz em um consumo por milha naútica 59% maior no A380 (US$ 62 contra US$ 39). Como a Emirates leva apenas 38% a mais de passageiros no Airbus que no Boeing estima-se que o custo por passageiro subiu.
Apesar disso, é preciso ter em mente que se existe demanda para operar o jato de dois andares é porque esse número potencial de passageiros não justifica a inclusão de mais um voo diário com um avião menor. Essa hipótese, embora adotada por algumas companhias, significa uma oferta muito grande de assentos e nem sempre em um horário adequado aos clientes. Levar quase 500 pessoas em apenas um voo, ainda mais de longa duração como o da rota São Paulo-Dubai pode ser interessante devido às conexões disponíveis no hub da Emirates.
Pela distância que está dos principais destinos no mundo e a presença de poucas companhias internacionais, é provável que o Brasil possa vir a justificar mais voos com o A380 no futuro, caso a economia se recupere. Mas é mais plausível pensar que os novos jatos comerciais, com custos bem menores, dominem os céus da região, como já se vê no uso cada vez maior do Boeing 787.
Ainda acho que a solução estética encontrada para o Boeing 747, em relação à cabine de comando, foi muito mais elegante do que a do A380. Mas não há como não se impressionar com esta aeronave, realmente impressiona…creio que não fosse a Emirates talvez já estivesse em fim de produção, mas não deve ir muito longe, mas o que manda é custo por passageiro, não adianta lamentar.
Infelizmente esses “Pássaros” gigantes que precisam de quatro ou três motores (saudades do belíssimo MD-11 Pax) não estão mais interessando as companhias aéreas por questão de economia, tanto de combustível quanto de manutenção. É inegável que eles são muito mais impressionantes, imponentes e bonitos do que os de dois motores; mas CNPJ não quer saber disto rs…
Nem mesmo o enorme 777 e também o seu oponente A350Xwb conseguem superá-los, parece “faltar” alguma coisa nas asas deles…
Mas convenhamos, belíssima a foto do 777-300ER da matéria, essas enormes GE-90 impressionam…