A Breeze Airways, nova companhia aérea do empresário David Neeleman, refez seus planos de estreia no mercado de aviação dos EUA. Diante do surto de COVID-19, a companhia aérea low-cost decidiu atrasar o início de operação comercial para 2021, como adiantamos em junho. Agora a previsão mais exata é que ela comece a realizar voos regulares em maio, mas antes disso devem ocorrer voos charter.
Na semana passada, um comunicado da empresa confirmou que a Breeze acertou um acordo de compra da Compass Airlines, uma regional sediada em Minneapolis (Minnesota) e que cessou suas atividades em abril. A intenção de Neeleman é obter o certificado de operação junto ao Departamento de Transporte dos EUA, um processo que é demorado quando iniciado do zero.
Se conseguir a aprovação das autoridades regulatórios dos EUA, a Breeze deve estrear voos charter em outubro a partir do Aeroporto Internacional de Minneapolis-St Paul em rotas no interior do país, evitando assim as cidades costeiras. Seis meses depois, em maio, começariam os voos regulares de fato.
Para compor sua frota inicial de aeronaves, a Breeze revelou ter desistido de contar com 28 jatos E195 hoje operados pela Azul Linhas Aéreas e que haviam sido negociados entre as duas empresas no início do ano. Em vez desses aviões, a low-cost está fechando um acordo de leasing com a Nordic Aviation Capital para 15 unidades do jato da Embraer.
Segundo a Breeze, “a redução de aeronaves usadas no transporte aéreo devido à pandemia do COVID-19 resultou em um mercado favorável de leasing de aeronaves”, o que favoreceu fechar um novo contrato com a Nordic em “termos significativamente melhores do que o acordo original assinada com a Azul para sua aeronaves E195”.
Airbus A220 a partir de agosto de 2021
A Breeze também submeteu às autoridades dos EUA sua malha inicial de voos em inclui 15 destinos na Costa Leste, Meio-Oeste, Sul e o Texas. Já os planos de ligar a Costa Leste a Califórnia graças ao alcance das aeronaves A220-300, da Airbus, foram adiados para o segundo semestre do ano que vem. Os primeiros jatos de uma encomenda de 60 unidades devem ser entregues em agosto e iniciar seus voos em outubro. Antes, a Breeze receberia o avião a partir do primeiro semestre de 2021.
A mudança de planos da Breeze em relação a Azul pode indicar que a companhia brasileira também acabe preservando parte dessa frota mais antiga, ao contrário do planejamento anterior, que previa que esses aviões sairiam de serviço até 2022. Em janeiro, o presidente da Azul, John Rodgerson, argumentava que “agora que construímos a malha mais extensa do Brasil, estamos prontos para adicionar em nossa frota as aeronaves E2. O preço do combustível no Brasil é cerca de 35% mais caro do que em outras partes do mundo, por isso é essencial que a Azul passe a operar com aeronaves da próxima geração o quanto antes”.
Mas a pandemia obrigou a empresa a postergar as entregas da nova geração do E-Jet para 2024 em diante. Diante do cenário de incertezas, a companhia pode preservar uma quantidade de E195-E1 mesmo que eles consumam mais combustível.
Nota: Airway enviou mensagem à assessoria da Azul a respeito do acordo com a Breeze e atualizará essa nota quando tiver resposta.
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