O Tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno assumiu o Comando da Aeronáutica nesta segunda-feira, 2, no lugar do Tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior, que estava no cargo desde abril de 2021.
Ex-chefe do Estado Maior da Aeronáutica, o militar assume com o desafio de recolocar a Força Aérea Brasileira no caminho da normalidade e da previsibilidade após uma tulmutuada gestão de seu antecessor.
Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a demissão de toda a cúpula de defesa, Baptista Junior ocupou seus parcos 20 meses como Comandante na mudança radical de projetos e do planejamento de longo prazo da Força Aérea.
É essa herança que o Brigadeiro Damasceno terá que acomodar numa administração que, se espera, seja mais conciliadora e, como em gestões passadas, focada em programas que perspassam o atual mandato presidencial.
Sem o peso político de defender uma ideologia, o novo Comandante da Aeronáutica precisará resolver afinal se o país precisa de um segundo lote de caças Gripen sendo que a conclusão da entrega dos 40 aviões adquiridos da Saab só ocorrerá em 2027.
Também está em seu caminho decidir como a FAB converterá os dois A330-200 adquiridos de forma intempestiva por Baptista Junior em aeronaves de reabastecimento aéreo MRTT.
Sem falar em dar sequência ao programa KC-390, bancado em parte do recursos do governo, e que tem imenso potencial de exportação, a despeito dos cortes na encomenda original de 28 aeronaves bancados pelo ex-comandante.
Há outras questões urgentes como pensar na substituição de aeronaves bastante antigas como os Bandeirante e o treinador T-25 Universal. Enquanto o primeiro poderia ter um substituto no projeto STOUT, criado por iniciativa da FAB, mas descontinuado pelo antigo comandante, o segundo não tem um sucessor planejado.
Caberá à ele também decidir se a Aeronáutica voltará a investir em projetos de aeronaves não tripuladas, que têm mostrado sua vital importância em cenários de conflitos, como se vê na Ucrânia.
Outro projeto ceifado por Baptista Junior, o Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) que seria estudado em conjunto com a Embraer poderia ser reativado, permitindo que nos próximos anos a Força Aérea possa ter em sua frota uma aeronave versátil, para missões de ataque e reconhecimento.
Pela sua grande experiência e trânsito por vários setores, o Tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno parece ter amplas condições de cumprir a nova missão.
Só gostaria que alguém me explicasse quais medidas do antigo comandante foram tomadas em defesa de um “ideologia”.
Governo após governo o orçamento planejado nunca é executado e o gestor tem que priorizar.
Compra intempestiva dos A330’s?
Desculpe-me mas quem está defendendo uma “ideologia” é o autor deste texto
Não vi gestão conturbada na gestão anterior.
Acho isso um comentário ideológico/político.
Ele reviu prioridades conforme orçamento.
Claro que nossas FAs, estão sucateadas e os números da ATIVA, poderiam ser revistos, assim como pensões revistas (reforma da previdência só atingiu o povo trabalhador).
Ajustes de prioridades fazem parte da estratégia de defesa de um país. A força está repleta de equipamentos sucateados e o orçamento não comporta todas as reais necessidades.
Compra intempestiva? Esse projeto está na pauta da FAB há anos. Assim como concordo com a crítica quanto à redução das encomendas dos KC390.
Estou procurando quais as medidas baseadas em “ideologia” que foram tomadas pelo ex-comandante. O que eu vejo, isso sim, é um artigo com a intenção de colocar a sua posição política e ideológica, usando como pano de fundo a troca de comando da FAB. Também não vi essa gestão conturbada, gostaria de algum exemplo.
Para terminar, você acha que o novo comandante não terá que se ajustar à nova corrente ideológica que chegou ao poder?