A companhia aérea British Airways, do Reino Unido, anunciou planos para criar instalações que transformarão lixo doméstico em combustível de jato para sua frota. O projeto, realizado em parceria com o fabricante de combustíveis renováveis Velocys, faz parte de um programa destinado a reduzir as emissões das aeronaves da empresa pela metade até 2050.
A empresa aérea diz que sua primeira usina de reciclagem de resíduos receberá “centenas de toneladas de lixo doméstico” a cada ano, evitando que sejam enviados a aterros sanitários. Segundo a companhia, os principais “ingredientes” para produzir o combustível renovável serão fraldas, recipientes de plásticos para alimentos e invólucros de chocolate.
Ao utilizar o combustível especial, cuja queima será mais limpa, a British Airways afirma que poderá gerar uma redução de 60% na emissão de gases de efeito estufa comparado aos combustíveis fósseis atuais. Isso pode significar uma diminuição anual de emissões de CO2 de cerca de 60.000 toneladas.
Quando estiver funcionando, espera-se que a fábrica produza combustível suficiente para abastecer todos os voos da companhia realizados pelo jato Boeing 787 Dreamliner nas rotas partindo de Londres para San Jose e New Orleans, nos Estados Unidos.
O projeto da British Airways é impulsionado por um conjunto de mudanças lançadas pelo Departamento Britânico de Transportes, que vai ceder incentivos fiscais às companhias que promoverem ações para reduzir os níveis de emissões na aviação.
A companhia aérea, no entanto, ainda não estipulou uma data para iniciar a fabricação do combustível renovável, ainda em fase de desenvolvimento, tampouco sua aplicação em aeronaves, que exige testes e certificações de órgãos aeronáuticos.
Por outro lado, lixo para produzir o combustível não vai faltar. Os aterros e usinas de incineração do Reino Unido recebem cerca de 15 milhões de toneladas de resíduos por ano. “Transformar lixo doméstico em combustível para jatos é uma inovação incrível que produz combustível limpo ao mesmo tempo em que reduz os volumes dos aterros sanitários”, afirmou Willie Walsh, diretor executivo da British Airways.
Veja mais: Caça Gripen completa primeiro voo abastecido com biocombustível