C-390 e Super Tucano podem reverter mau resultado na área de defesa, prevê Embraer

Segundo presidente da fabricante brasileira, aeronaves estão sendo negociadas com vários potenciais clientes no mundo, com perspectivas de anúncios de acordos em 2023
Adequado para a Índia: o KC-390 é certificado para operar em pistas sem pavimento (Embraer)

A área de Defesa e Segurança da Embraer não vem tendo um ano fácil. Conforme divulgado pela companhia na segunda-feira (14), durante a apresentação dos resultados do terceiro trimestre deste ano, a divisão de produtos militares foi a única do grupo que nesse período registrou queda na receita (de R$ 533,7 milhões no 3T22), de 42% em relação ao segundo trimestre de 2022.

De acordo com o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, a diminuição dos rendimentos da divisão de defesa se deu por conta da pandemia de Covid-19 e devido à guerra na Ucrânia. “A área de defesa passou por um período difícil durante a pandemia por que os governos acabaram focando mais em como superar aquela situação difícil”, disse o executivo-chefe na conferência de resultados da empresa.

No entanto, Gomes Neto citou que tal situação na divisão militar é passageira e que o próximo ano pode ser melhor, sobretudo com o possível avanço de novas negociações sobre o C-390 Millennium e o Super Tucano.

“Mais recentemente, pós-pandemia e também por causa do conflito na Ucrânia, percebemos um crescimento muito grande no interesse em nossas aeronaves por conta dos governos avançarem na renovação de suas frotas de defesa e também melhorar a prontidão de seus equipamentos. Temos várias campanhas em andamento, tanto para o C-390 Millennium como para A-29 Super Tucano, em várias partes do mundo. Estamos muito otimistas para os próximos anos com a (divisão) de defesa”, disse Gomes Neto.

A Embraer tem um demonstrador do Super Tucano que fica baseado na sede da OGMA, em Alverca (Embraer)

Como é de praxe no mercado militar, o executivo da Embraer não revelou em quais países estão em andamento as “várias campanhas” de oferta de produtos militares, limitando-se a dizer que “esperamos ter algumas notícias durante o ano que vem “. Mas algumas pistas sobre possíveis negociações já foram deixadas pelo caminho.

Em junho deste ano, a Embraer Defesa e Segurança confirmou a intenção da Força Aérea da Holanda em encomendar cinco aeronaves multimissão C-390, com entregas a partir de 2026. Apesar de bastante avançada, o negócio ainda não foi efetivamente concluído.

Ainda sobre o C-390, a Embraer anunciou no mês passado a assinatura de um Memorando de Entedimento com empresas da Coreia do Sul para fornecer peças para o cargueiro militar fabricado no Brasil. O Millennium é uma das aeronaves que participa do programa da Aeronave de Transporte de Grande Porte II (Large Transport Aircraft – LTA II), promovido pela força aérea sul-coreana.

Já o Super Tucano pode pintar pela primeira vez na frota de uma força aérea da Europa. Há alguns anos vem sendo ventilado o interesse da Força Aérea de Portugal no avião de ataque leve da Embraer, que recentemente habilitou sua unidade portuguesa, a OGMA, a executar processos de manutenção na aeronave.

Redução de pedidos da FAB não afetou o programa C-390

A Embraer também confirmou nesta semana que concluiu as negociações com a Força Aérea Brasileira para reduzir de 22 para 19 o número total de aeronaves KC-390 a serem entregues. A despeito das baixas nas encomendas, a companhia informou que as alterações no contrato “preservam o fluxo de caixa da Companhia, asseguram a viabilidade econômico-financeira do programa KC-390 Millennium”.

A frota da FAB conta atualmente com cinco aeronaves KC-390 (FAB)

A fabricante ainda divulgou novas atualizações sobre o programa C-390, que tem atualmente sete unidades em processo de construção na sede em Gavião Peixoto (SP), sendo quatro exemplares para a FAB, dois para Portugal e uma para a Hungria. A empresa também acrescentou que a campanha de testes em voo para o programa português está em andamento para “preparar a integração dos testes dos sistemas da OTAN”.

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  1. “que tem atualmente cinco unidades em processo de construção na sede em Gavião Peixoto (SP), sendo quatro exemplares para a FAB, dois para Portugal e uma para a Hungria” oi?

  2. Olá, Call, tudo bem? São sete aviões e somos humanos, suscetíveis a errar, não é mesmo? Como já disse em outros posts, fiquem à vontade para apontar erros, nos ajuda demais, mas é desnecessário ironias para isso. Basta dizer algo como “A informação não está coerente sobre a quantidade de aviões no último parágrafo, etc” ou “houve um erro na soma das aeronaves, bla, bla”. É um comentário elegante, útil e ainda faz bem à saúde. Abraços!

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