C-390 para a Suécia e mais caças Gripen para o Brasil: países anunciam acordo há muito esperado

Carta de intenção foi assinada entre os ministros de defesa dos dois país após meses de negociações. Detalhes dos pedidos de aviões ainda serão discutidos
Caça Gripen e o KC-390 na FAB
Caça Gripen e o KC-390 na FAB (FAB)

A Suécia e o Brasil finalmente chegaram a um acordo para selar uma compra casada de caças Gripen e aviões de transporte tático C-390 Millennium.

No sábado, o Ministro da Defesa, Pål Jonson, do país europeu esteve em Natal (RN) onde assinou um carta de intenções com seu colega brasilerio, José Múcio para ampliar cooperação na área de aviação.

Segundo Jonson, a Força Aérea Brasileira (FAB) deverá adquirir mais nove caças F-39 Gripen, dentro do limite de 25% de aditivo contratual que dispensa uma nova licitação.

Os ministros da defesa da Suécia e do Brasil assinam a carta de intenções
Os ministros da defesa da Suécia e do Brasil assinam a carta de intenções

A Força Aérea da Suécia, por sua vez, irá substituir seus antigos C-130 Hercules pelo jato da Embraer. A assinatura da carta ocorreu durante a Cruzex 2024, exercício militar organizado pela FAB com a participação de várias aeronaves, entre elas o caça da Saab.

“É muito gratificante que nos aproximemos agora de uma solução de longo prazo e o C-390 seja uma plataforma altamente qualificada e com grande potencial de desenvolvimento. Agora estamos totalmente focados em implementar esta capacidade absolutamente central o mais rápido possível”, disse o Chefe da Força Aérea, Major General Jonas Wikman.

O número de C-390 Millennium não foi citado, mas acredita-se que a Suécia precisará de ao menos três jatos. Atualmente há seis C-130 em serviço na força aérea.

C-390 com pintura da Suécia
C-390 com pintura da Suécia

Disputa de bastidores

O anúncio põe fim a uma disputa de bastidores iniciada no começo do ano passado. Na época, o Brasil já sinalizava o interesse em ter um segundo lote de Gripen, mas esperava uma contrapartida sueca em adotar o C-390.

A força aérea europeia decidiu cancelar os planos de adquirir o C-130J de segunda mão, mas reabriu a concorrência para escolher um novo avião de transporte tático.

A conclusão foi que as duas aeronaves cumpriam os requerimentos e que a decisão ficaria a cargo do governo.

Nesse meio tempo, a FAB passou a ventilar a intenção de buscar um segundo modelo de caça no mercado, mirando em aviões usados, mais baratos.

O F-16, dos EUA, foi oficialmente reconhecido como um deles e houve declarações favoráveis ao indiano HAL Tejas também.

A Suécia é o sexto país europeu a selecionar o C-390, juntamente com a Áustria, República Checa, Hungria, Holanda e Portugal.

Cinco dessas nações são também membros da OTAN, o que reforça a importância da aeronave da Embraer dentro da aliança militar.

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