O Boeing 767 da Força Aérea Brasileiro (FAB) chegou ao Brasil há menos de um mês e já vem tendo trabalho duro. Segundo a FAB, desde o dia 14 de julho a aeronave realizou 10 missões de transporte de tropas de diferentes partes do país para reforçar o Rio de Janeiro durante o período dos Jogos Olímpicos. Até a última sexta-feira (29), o jato transportou 2,2 mil militares.
“Voltamos à nossa atividade operacional e estamos cumprindo voos de transporte aerologístico, que é nossa missão precípua”, ressalta o comandante do Esquadrão Corsário, Tenente-Coronel Luiz Eduardo Ferreira da Silva. “Na próxima semana a previsão é transportamos mais 2300 militares para o Rio de Janeiro”, complementa o militar.
O C-767, como é chamado na designação militar da FAB, transportou para o Rio de Janeiro tropas de todas as forças armadas e também da Polícia Militar de São Paulo, que confirmou o envio de 1.000 militares para reforçar o policiamento no RJ durante as Olimpíadas.
“A FAB vem dando um apoio imprescindível não só aos Jogos Olímpicos, mas também na parte logística. Isso está permitindo que em dois dias consigamos trazer de SP para o RJ mil policiais militares. Tudo graças ao empenho e ajuda da Força Aérea”, contou o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes. O ministro desembarcou na sexta-feira na Base Aérea do Galeão (RJ) justamente com 250 militares da PM de São Paulo.
C-767
O novo Boeing 767 retomou a capacidade da FAB para missões de transporte logístico com grandes cargas e por longas distâncias. A aeronave pode transportar 257 pessoas ou até 38 toneladas de cargas, divididas em dois porões. O jato é operado pelo Esquadrão Corsário (2º/2º GT), a partir da Base Aérea do Galeão.
Desde 2013, com a desativação dos KC-137, que no Brasil ficou conhecido como “Sucatão”, a FAB não contava com uma aeronave capaz de transportar grandes cargas ou realizar voos de longo curso. O C-767, alugado pela FAB, será utilizado até 2019.
Programa KC-X2
A chegada do C-767, no entanto, não resolve a necessidade da Aeronáutica em ter em seu inventário um avião próprio para transporte e reabastecimento aéreo, previsto no programa KC-X2. A licitação para adaptação do mesmo modelo Boeing 767 para o padrão KC-767, capaz de reabastecer aviões em voo, foi vencida pela empresa IAI, de Israel, em 2013, mas não há previsão de quando o governo federal assinará o contrato que prevê a conversão de três aeronaves.
Enquanto isso, apenas o cargueiro C-130 Hercules está apto a reabastecer os caças da FAB atualmente. Posteriormente, essa operação também poderá ser realizada pelo Embraer KC-390, ainda em fase desenvolvimento.
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