Foi em 1986, ou seja, há 30 anos, que Tom Cruise, então um jovem ator de Hollywood tornou-se um dos maiores astros do cinema graças a um filme de roteiro patriota e maniqueísta, mas de cenas aéreas empolgantes como nunca havia sido visto. Quem nunca assistiu a Top Gun, (‘Ases Indomáveis’ no título brasileiro) e não se sentiu pilotando aquele poderoso caça da marinha dos EUA no lugar de Pete ‘Maverick‘ Mitchell e seu colega Nick ‘Goose‘ Bradshaw? O avião em questão, uma das armas aéreas mais temidas do arsenal americano da época da Guerra Fria é o (Northrop) Grumman F-14 Tomcat.
Capaz de voar acima de Mach 2,3 e carregado com até seis mísseis ar-ar AIM-54 Phoenix, o Tomcat foi criado para ser o mais poderoso interceptador já criado. Sua missão, quando surgiu no começo do anos 70, era a de defender os porta-aviões americanos da ameaça dos bombardeiros supersônicos soviéticos. Por isso, foi equipado com o imenso míssil de longo alcance (além de outros armamentos pra engajamentos mais próximos). Graças ao avançado (para a época) radar AWG-9, ele era capaz de identificar até 24 alvos ao mesmo tempo e lançar o Phoenix a distâncias de até 160 km ( algo como estar sobre a cidade de São Paulo e atingir um avião em Piracicaba).
Ou seja, na realidade, as cenas dramáticas de Maverick na produção do cinema pouco tinham a ver com o que os pilotos de verdade encaravam nas missões. Apesar de ser tão especial a ponto de mesmo a Força Aérea americana não possuir uma aeronave semelhante, o F-14 acabou saindo de cena em setembro de 2006 após mais de três décadas de serviço. Ele foi substituído pelo mais leve e barato F/A-18E Super Hornet, encerrando assim um ciclo em que a fabricante original, a Grumman, era sinônimo de produção de caças embarcados – antes do F-14, ela construiu os caças F4F Wildcat e F6F Hellcat, que foram a base da força aérea dos porta-aviões dos EUA na Segunda Guerra Mundial.
No fim da carreira, o Tomcat já havia mudado de papel, para uma função talvez nunca pensada mas que foi realizada com êxito, as missões de ataque. Com o fim da Guerra Fria, no começo dos anos 90, o perfil operacional do caça perdeu sentindo já que os temidos bombardeiros russos já não eram uma ameaça tão real. A saída encontrada pela marinha foi genial: como o Tomcat possuía características de um avião de ataque, como as asas de geometria variável (que aumentam o enflechamento dependendo da velocidade) e o fato de ter um segundo oficial a bordo foi relativamente simples transformá-lo num vetor de ataque ao solo.
Para isso, ele foi equipado com um sensor infravermelho LANTIRN e o armamento JDAM além de uma imensa tela de controle no assento traseiro. Com essa configuração, o F-14 realizou ataques no Kosovo, Bósnia e nas últimas missões, também sobre o Iraque.
Meu inimigo íntimo
Mas a história do F-14, talvez o caça a jato mais famoso da história, teve outros capítulos curiosos. Embora um projeto magnífico, o jato de dois motores teve vários problemas no desenvolvimento, incluindo vazamentos que causaram a queda do primeiro protótipo semanas depois do voo inaugural. O turbofan escolhido para o projeto, o TF30, mostrou-se inseguro ao ‘apagar’ em situações de alto ângulo de ataque, quando um fenômeno chamado estol de compressor deixava o avião em situação de risco.
A Marinha dos EUA conseguiu resolver esse dilema apenas na década de 90 ao substituir o TF30, produzido pela Pratt & Whitney, pelo motor F-110-GE-400, da rival General Electric. Não sem que o velho motor não fosse o responsável por um terço dos acidentes fatais com o jato.
No entanto, o episódio mais curioso que ocorreu com o F-14 foi a venda de um lote de 80 caças, incluindo também os mísseis Phoenix, para nada menos que o Irã, em 1974, graças a uma oferta feita pelo então presidente americano Richard Nixon ao aliado da época. A ideia era fornececer à força aérea do país um caça capaz de conter a ameaça dos jatos soviéticos MiG-25 e evitar que o país pudesse ser invadido, como ocorreria anos depois com o vizinho Afeganistão.
Em 1976, os primeiros F-14 iranianos chegaram ao país, porém, sem alguns dos recursos tecnológicos da versão americana. Ironia do destino, três anos depois, o Xá Mohammad Reza Pahlavi era deposto pela revolução islâmica comandada pelo aiatolá Khomeini. De uma hora para a outra, os caças símbolos dos EUA viraram armas perigosas de um país agora inimigo e apenas um exemplar acabou não sendo entregue a tempo.
Quando o filme Top Gun estreou, em 1986, o F-14 já tinha uma carreira vitoriosa nas mãos dos pilotos iranianos que travavam a longa guerra contra o Iraque de Saddam Hussein. Embora não pudessem receber peças de reposição, os ‘Tomcats’ iranianos seguem em serviço até hoje em quantidade estimada entre 20 a 30 unidades.
Proibido o contrabando
Dos mais de 700 exemplares construídos, ao menos 90 estão em exposição estática nos Estados Unidos, segundo a Associação F-14 Tomcat, que reúne militares e civis com o objetivo de preservar a história do famoso caça. Todos exemplares ‘despidos’ de partes vitais como motores, aviônicos e sistemas avançados, afinal de contas, o Irã permanece como um ávido cliente de peças de contrabando para manter sua frota ativa e os ‘Mavericks’ iranianos, voando até sabe-se lá quando.
Veja mais: O massacre do Harrier na Guerra das Malvinas
Filme muito, mas muito razoável pra quem entende de aviação de caça. Nem citarei os motivos.
Além do mais, como citado na matéria, trata-se de uma grande propaganda americana em tempos de Guerra Fria.
Sou fascinado por este caça!
Assistir Top Gun quando criança foi o responsável por essa admiração.
O modelo do F14 também foi representado na série de animação japonesa Robotech (que agora está disponível no netflix).
Junto com o MIG 29 fazem uma dupla de design incomparável.
Obrigado pela matéria
Para mim um dos mais belos. Problemas a parte a geometria variável dá um charme sem igual aos aviões!
Usaram monte de aviões falsos dizendo que eram migs. Aviões de treinamento, Disseram que um f5 era um mig… sem comentários. Essa parte foi comédia.
Obs.: Um mig de verdade teria feito picadinho do Maverich
Afinal, o F14 x F5BR, quem ganharia a disputa?
antes de “top gun”, o f14 foi o “astro principal” no filme “o nimitz volta ao inferno”, de 1980, em que o porta aviões volta a 7/12/1941, tendo a possibilidade de impedir o ataque japonês à pearl harbor…
discute-se o dilema sobre o direito de interferir ou não no curso da história e suas consequências…
vale ver num sábado chuvoso…
O F14 foi vítima do sucesso do F/A 18 Hornet, que era tão bom como caça quanto como bombardeiro e ainda é operado e fabricado na versão superhornet. Com os atrasos imensos no F35, o F18 voará muito ainda.
Bem Lembrado Helvio. Assisti esse filme. A história dele é muito mais interessante. O porta aviões entra em uma tempestade e volta no tempo. Nesse filme aparece o F14 voando junto com o Zero Japonês.
Eu sou apaixonado por aviação esse caça eu acho o mais bonito de todos o filme é muito bom pelas fotos é ação o tempo todo.
Este filme marcou época. As cenas com os F14 eram espetaculares, embora os caças tivessem a concorrência de outro avião, a atriz Kelly McGillis. Pena que o tempo não foi carinhoso com a atriz que atualmente não lembra em nada a beldade de 1986. O texto tem um errinho simples, que deveria ser corrigido para ficar com o alto nível de sempre, “o Tomcat foi CRIADO para ser o mais poderoso interceptador já CRIADO”.
paguei muito pau para esse avião já
achava o f16 péssimo
coisa de moleque
O F-14A não era só vantagens. Sua manutenção era complexa, com alto índice de panes nos sistemas. A média era de seis reparos após um voo. Como seu uso foi longevo, presumo que para os americanos a relação custo x benefício compensava. Os iranianos devem estar se ‘virando nos trinta’ para mantê-los no ar.
Para quem tiver interesse, no museu da Boeing em Seattle há um F14 em exposição, inclusive ele fica do lado de fora do Museu junto a outros modelos, para quem é apaixonado pela aviação é demais.
odeiam os americanos, e usam jatos deles, será ódio ou inveja. e o medo, podem ser reduzidos a pó, só jogo de cena!!!!!!!!!!!!!!
No fim é tudo uma grande piada e os otários somos nós de acreditarmos nesse negócio de guerra fria, ultra-nacionalismo, terrorismo, comunismo, capitalismo.. no fim das contas é só pra venderem armas e lucrarem muito com a desgraça dos mais desgraçados, seja amigo ou inimigo. É a economia, estúpido!
Top Gun fez eu entrar para a Força Aérea, rsrsrs. Podem falar o que for, mas quando se trata de filmes sobre caças ele é o “Top” e foi produzido com a supervisão da Marinha Americana.
Sou tão fã de aviação de caça que jogo regularmente o simulador DCS no PC… e coincidentemente estão para lançar o F-14 A/B e o F/A-18F.
Sobre o que foi falado de o filme ser “mentiroso” à respeito dos aviões inimigos, e terem utilizado o também americando F-5 como o inexistente “Mig-28″… bem… em tempos de Guerra Fria os EUA não iria perder a chance de alfinetar a URSS… mas não havia como os EUA terem acessos a verdadeiros Migs, ainda mais para fazer um filme, convenhamos.
Aquele truque do “breque” que o Maverick usava para que o inimigo que vinha atrás ultrapassá-lo e entrar na mira é mentiroso demais, porém uma jogada emocionante… assim como o famoso “because I was inverted”.
To Gun o filme mais gay de todos os tempos
Este Caça é Magnífico. Assiti tanto nimitz volta ao inferno, bem como Top Gun. Eu tenho uma miniatura do F14 e do seu sucessor F/A 18 Hornet. Sou fã incondicional do F14.
De se notar inclusive, que em algumas cenas de treinamento sobre o deserto, temos outro “coadjuvante” de muito respeito e prestígio. O soberbo F4 SKYHAWK !
E o Brasil ainda voa e protege nosso pais com os caças F5…ai jesuiiiiiiisss….
ALGUEM FALOU QUEM VENCERIA !!! F-14 TOMCAT OU F5-BR
TEMOS QUE LEMBRAR QUE O F5 E UM AVIAO MUITO MUITO MAIS VELHO QUE OS F-14 , E BEM MAIS BARATO !!!
O BRASIL COMPROU OS PRIMEIROS NA DECADA DE 70 E SE BAO ME ENFANO JA ERAM USADOS , VERSAO QUE FOI SUBSTITUIDA E ESTA QUE ENTROU NO LUGAR FOI MODERNIZADA !! MAS TENHO QUASE TODA CERTEZA QUE OS F5BR SERIAM PRESAS FACEIS PARA OS F-14 TOMCAT E OS MIG 29 E OS SUKOIS MAIS NOVOS O DERROTARIAM FACIL !! MAS O ATUAL REI DO CEU E O CARRISIMO F-22 RAPTOR
A versão F14D seria(é) muito superior aos F18, e segundo os pilotos, que já voaram os dois aviões, e o super hornet. Foi o senado americano que decidiu pela troca, pensando que o novo caça seria mais barato, o que se tornou um erro, pois os custos do F-18 e do super hornet se mostraram muito superiores ao F-14 e ainda hoje, o F-14 pode surrar um F18. Matéria feita por pilotos americanos .
Gente achando que a URSS iria ceder uma MiG de boa para Hollywood fazer um filminho… kkkkkkkkk.
Esse caça é lindo demais, tenho um aminiatura dele e do F-16 e sua turbofan icônica. O filme era sucesso na sessão da tarde quando eu era moleque. Só máquina boa, o Tomcat, a Ninja original e o roteiro prazeroso. Se tentarem fazer um filme parecido hoje seria um desastre, como o “Ameaça invisível”, ou talvez pior.
Dentre outras, por isso achei acertada a decisão do Brasil em comprar os Gripens, com montagem local e transferência de tecnologia. Imagina gastar alguns bilhões de dólares e ficar a mercê de outro país para ter peças de reposição do F-18, ora que não viria nem com 5% da tecnologia dos que os EUA tem a disposição.
Vc usa ” inimigos ” diversas vezes e omite que no final quem invadiu o Iraque e ainda invade toda a região é o que vc considera o ” amiguinho “
Os iranianos estão canibalizando a maior parte dos F-14 para manter alguns funcionando.
Isso me fez lembrar da coleção de revistas Aviões de Guerra. Entre tantos aviões retratados, o F-14 era uns dos aviões retratados.
O Grumman F-14 Tomcat é um caça naval de proteção da frota, usado para interdição aérea (impedir que ameaças cheguem perto dos navios da escolta), E foi substituído pelo caça Boeing F/A-18 super hornet, que hoje é o pilar da marinha americana, o F-14 foi vendido pela Grumman á Força Aerea do Irã, no tempo do lider Xá da Pércia Mohammad Reza Pahlavi, que reinou de 16 de setembro de 1941 – 11 de fevereiro de 1979 e era aliado americano nesse tempo na região do Golfo Pérsico, depois da Revolução islâmica os radicais tomaram posse nesse país e os americanos cortaram relações diplomáticas ate hoje, e os velhos F-14 vão voando como podem, ate não terem mais suporte de logísticas para fazer isso !!
O que importava para um adolescente em 1986 era assistir um belo filme de aventura, com belas músicas , caças, motos, mulheres bonitas e corpos atléticos …para milhões de jovens creio, assim como eu e o próprio Tom Cruise o F14 nasceu naquele filme…não tinha o propósito de ser verdadeiro ou fazer escola, entretanto tornou-se um ícone que marcou uma geração, ao lado outras obras primas, como De volta para o futuro, Arthur o milionário e outros que ao serem vistos traz à memória uma maravilhosa nostalgia…
O que importava para um adolescente em 1986 era assistir um belo filme de aventura, com belas músicas , caças, motos, mulheres bonitas e corpos atléticos …para milhões de jovens creio, assim como eu e o próprio Tom Cruise o F14 nasceu naquele filme…não tinha o propósito de ser verdadeiro ou fazer escola, entretanto tornou-se um ícone que marcou uma geração, ao lado outras obras primas, como De volta para o futuro, Arthur o milionário e outros que ao serem vistos traz à memória uma maravilhosa nostalgia…
sou apaixonada por avioes…
Este filme foi o máximo pra mim…
o nome do meu filho é Peter Mitchell hj ele tem 27 anos
É tipo seu amiguinho brincando de peão enquanto você está de Iphone! Vai lá campeão! rs….
2 F14s enfrentaram 2 Sukois Líbios no Golfo de Sidra na década de 80 com 2 vitórias esmagadoras dos Tomcats, vale a pena dar uma conferida no episódio!
Basta lembrar que o F14 era um sitting duck, um dos piores caças de combate já produzidos pelo complexo militar dos EUA, e que a história de John Boyd conta como ele (o maior estrategista de guerra dos tempos modernos – chamado “Sun Tzu do século XX”, e o maior piloto de caça Americano de todos os tempos) lutou desesperadamente para que a USAF não adotasse como avião padrão um avião de geometria variável como o F14 que tinha provado ser uma grande falha (os afterburners apagavam em pleno vôo por exemplo). Boyd foi então o pai do F15 (o melhor avião de SUPREMACIA AÉREA DA HISTÓRIA, ou seja o melhor avião de combate de todos os tempos) e do F16 e F18. Seria interessante esse blog, que é voltado para a história da aviação, publicar uma matéria sobre Boyd. Poucos brasileiros conhecem ele, e ele é um nome consagrado não só como estrategista militar, mas também como criador do OODA loop, que é usado por todos os grandes executivos das grandes empresas mundiais para definir estratégias de negócios.
O F14 Junto com o protótipo SU47 Berkut são os caças mais bonitos que vi voarem, descupem F22, T50 Pakfa ou Rafale mais para mim esses dois caças em beleza são incomparáveis.
O primeiro comentário tem razão: Ele não quis comentar os motivos do filme ser apenas razoável, mas aqui vão alguns: 1) Aviões F5 fizeram o papel de “MIGs”, o que já deixou o troço meio “quenco”; 2) Em uma cena, um dado momento, maverick, em voo, fala: “eu vou pisar no freio e esse cara vai passar reto” ora bolas os caças não usam retrofoguetes que seria a única maneira de “parar” (apenas diminuir, caso contrario a aeronave entraria em estol) um bicho daqueles a pelo menos mil por hora… 3) Outra coisa são os movimentos laterais de cabeça dos pilotos quando em vôo: parece que estão andando em uma carroça que entrega leite; 4) Os pilotos e seus RIOs simplesmente tiram suas máscaras de oxigênio em pleno vôo, como se elas fossem enfeites de carnaval…
Mas apesar de tudo o filme é um clássico e marcou época, e todos gostamos dele…
Top Gun pode ter sido uma dos únicos filmes a representarem o F-14. Mas a aeronave é um símbolo incontestável no mundo dos games. Vários jogos de aviões contém um F-14, citando a famosa franquia da Sega, Afterburner ou o Turn and Burn lançado para Snes que foi considerado um dos simuladores mais fiéis lançado para consoles na época. Tirando este, o curioso é que a maioria dos jogos do F-14 não é uma simulação séria, sendo mais divertida. Eu assisti o filme do Top Gun. É bem legal, tirando as partes já citadas. Dos F-5 como MiGs até posso compreender, uma vez que acho que eles não conseguiram arranjar modelos de MiGs ou, seja lá o que foi que aconteceu. Mas os outros erros como passar a frente ou os pilotos dentro da cabine…Sim, isto é constestável. Mas, assim como filmes de dinossauros, não espero que filmes de aviações possam serem levados a sério. Outro filme que o F-14 aparece é um que eles enfrentam uma aeronave da segunda guerra que veio do passado. Não me lembro o nome. Ele também aparece em Independence Day, porém apenas no fundo e nas cenas onde as aeronaves estão voando em formação prontas para engajarem o destroier aliens. Quase nem dá para ver-lo direito. Já que o F/A-18 é que o protagonista.