Um caça F/A-18E Super Hornet embarcado no porta-aviões USS George Bush (CVN-77) abateu um avião de ataque sírio Sukhoi SU-22 nesse domingo (18) após este ter lançado bombas sobre combatentes das Forças Democráticas Sírias. Aliados dos Estados Unidos, o grupo é contra o atual ditador do país, Bashar Al Assad.
É a primeira vez que um avião militar americano derruba uma aeronave inimiga tripulada desde maio de 1999. No dia 8 daquele mês um caça F-16 da Força Aérea dos EUA derrubou um caça MiG-29 da Sérvia que voava sobre a Bósnia. Desde então, apenas drones foram abatidos pelos militares americanos.
“A missão da Coalizão é derrotar o Estado Islâmico no Iraque e na Síria”, afirmou nesse domingo a força-tarefa dos EUA responsável pelas operações na Síria e no Iraque. “A Coalizão não busca combater as forças do regime sírio ou russo, mas não hesitará em defender-se ou forças parceiras de qualquer ameaça”, completou a nota.
O incidente ocorreu após um ataque dos jatos Sukhoi Su-22 que lançaram bombas sobre os combatentes que se encontravam ao sul da cidade de Al-Tabqah ferindo vários deles. Ao que tudo indica, os americanos monitoravam os aviões sírios e acionaram os caças Super Hornet para interceptá-los. A Síria negou que a missão fosse atingir as Forças Democráticas e sim militantes do Estado Islâmico.
A tensão na região aumentou já que o ditador é apoiado pela Rússia, também fabricante do velho jato militar abatido. O ministro da defesa russo declarou nesta segunda-feira (19) que consideração qualquer avião da coalização americana que estiver voando a oeste do rio Eufrates um “alvo potencial”. Os russos também disseram que estão suspendendo o acordo de segurança que mantinha com os EUA em que avisavam um ao outro a respeito de algumas missões para evitar situações de risco.
Encontro semelhante em 1981
A derrubada do Su-22 sírio teria sido a primeira vitória em combate aéreo do Super Hornet, versão mais potente e moderna do caça F/A-18. Ele substituiu o conhecido F-14 Tomcat como interceptador embarcado na frota de porta-aviões nucleares americana. Curiosamente, um encontro entre caças da Marinha dos EUA e aviões Su-22 ocorreu há quase 26 anos com um desfecho parecido, porém, envolvendo a Líbia ainda governada pelo ditador Muammar Gaddafi.
Na época, o país do norte da África era aliado da União Soviética e a tensões entre os países crescia à medida que Líbia havia considerado águas internacionais no Mediterrâneo como território do país. Os americanos enviaram o porta-aviões Nimitz para liberar a área e mantê-la acessível a embarcações. Em 19 de agosto de 1981, dois caças Su-22 decolaram em direção à esquadra e foram interceptados por dois F-14 que voavam em patrulha. Após um dos Sukhoi lançar um míssil ar-ar- AA-2 Atoll, os Tomcat tiveram autorização para revidar e derrubaram ambos. O encontro ficou conhecido como o “Incidente do Golfo de Sidra” e teve um segundo conflito oito anos depois quando novamente os F-14 abateram dois caças líbios, desta vez do modelo MiG-23.
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