Caça indiano Tejas acirra disputa por encomenda da Força Aérea Argentina

Fabricante HAL oferece o avião supersônico como alternativa ao paquistanês JF-17. Para isso se propôs a eliminar componentes britânicos para viabilizar acordo
O caça Tejas (MOD India)

A concorrência para seleção do novo caça supersônico da Força Aérea Argentina (FAA) tem se estendido mais tempo do que o esperado, graças ao interesse de vários fabricantes em fornecer 12 aeronaves para o país vizinho do Brasil.

Entre os principais candidatos está a Hindustan Aeronautics Limited (HAL), da Índia, que oferece o caça Tejas MK1A, jato supersônico indiano que opera por enquanto apenas na Força Aérea e Marinha indiana.

Com preço unitário entre 30 e 33 milhões de dólares, o Tejas é bastante acessível, porém, tem um obstáculo para uma potencial venda para a Argentina, o grande número de componentes britânicos.

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Desde a Guerra das Malvinas, há 40 anos, o Reino Unido proibiu a venda de qualquer equipamento militar britânico à Argentina, o que torna difícil a modernização de suas forças armadas.

Um dos principais impeditivos tem sido o assento ejetável, cuja fabricante Martin Baker domina o mercado. Foi o que barrou a venda dos caças sul-coreanos FA-50 tempos atrás.

O Tejas é outro caça equipado com os assentos ejetáveis britânicos, mas não só isso. O avião indiano também tem radomes de radar, pneus e aviônicos de fabricantes no Reino Unido.

Por isso, a HAL se mostrou disposta a substituir esses fornecedores por empresas indianas. A maior dificuldade, no entanto, permanece sendo o assento ejetável.

Uma alternativa que está sendo estudada é a substituição pelo modelo K-36, da NPP Zvezda. Embora seja uma empresa russa, a Índia ainda mantém relações com o país, a despeito da pressão do Ocidente por sanções comerciais após a invasão à Ucrânia.

O leque de armamentos do JF-17 tem um míssil antirradiação brasileiro, o MAR-1 (Eric Salard)
O rival JF-17 tem um míssil antirradiação brasileiro, o MAR-1 (Eric Salard)

Favorito é adversário da Índia

Apesar da aproximação indiana, cujo Ministro das Relações Exteriores esteve em Buenos Aires recentemente, o caça sino-paquistanês Chengdu/PAC JF-17 Thunder permanece como favorito a ser escolhido para substituir os Mirage III aposentados em 2015.

A aeronave chegou a ser citada num projeto de lei do congresso argentino que pleiteava fundos para sua compra, mas a Força Aérea negou que houvesse fechado negócio com as parceiras chinesa e paquistanesa.

O Paquistão e a China têm mantido relações conflituosas com a Índia nos últimos anos, o que impulsionou ao aumento dos gastos com defesa na região. A disputa pelo pedido argentino, embora modesto, pode ser mais um capítulo dessa rivalidade.

A Força Aérea Argentina necessita de uma aeronave genuinamente de defesa aérea já que atualmente essa função é feita de forma provisória por alguns aviões A-4, que foram concebidos apenas para ataque ao solo, além de serem subsônicos.

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  1. Penso que se a Argentina realmente tivesse decidido comprar novos armamentos já teria fechado acordos com China e Rússia a tempos.
    Esse papinho furado já se arrasta por anos e nada de concreto acontece.

  2. A Argentina deveria sentar à mesa com a Inglaterra e assinar um acordo desistindo definitivamente das ilhas Falkland. Um plebiscito já foi feito e os moradores do arquipélago já decidiram que querem continuar sob jurisdição inglesa.

  3. Seja com TEJAS ou JF-17, se esta compra se efetivar, a Argentina estará conseguindo uma plataforma tão boa quanto os F-39 Suecos gastando um quinto do que a FAB esta queimando com os Gripens.

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