A concorrência para seleção do novo caça supersônico da Força Aérea Argentina (FAA) tem se estendido mais tempo do que o esperado, graças ao interesse de vários fabricantes em fornecer 12 aeronaves para o país vizinho do Brasil.
Entre os principais candidatos está a Hindustan Aeronautics Limited (HAL), da Índia, que oferece o caça Tejas MK1A, jato supersônico indiano que opera por enquanto apenas na Força Aérea e Marinha indiana.
Com preço unitário entre 30 e 33 milhões de dólares, o Tejas é bastante acessível, porém, tem um obstáculo para uma potencial venda para a Argentina, o grande número de componentes britânicos.
ACOMPANHE O AIRWAY NAS REDES SOCIAIS
Desde a Guerra das Malvinas, há 40 anos, o Reino Unido proibiu a venda de qualquer equipamento militar britânico à Argentina, o que torna difícil a modernização de suas forças armadas.
Um dos principais impeditivos tem sido o assento ejetável, cuja fabricante Martin Baker domina o mercado. Foi o que barrou a venda dos caças sul-coreanos FA-50 tempos atrás.
O Tejas é outro caça equipado com os assentos ejetáveis britânicos, mas não só isso. O avião indiano também tem radomes de radar, pneus e aviônicos de fabricantes no Reino Unido.
Por isso, a HAL se mostrou disposta a substituir esses fornecedores por empresas indianas. A maior dificuldade, no entanto, permanece sendo o assento ejetável.
Uma alternativa que está sendo estudada é a substituição pelo modelo K-36, da NPP Zvezda. Embora seja uma empresa russa, a Índia ainda mantém relações com o país, a despeito da pressão do Ocidente por sanções comerciais após a invasão à Ucrânia.
Favorito é adversário da Índia
Apesar da aproximação indiana, cujo Ministro das Relações Exteriores esteve em Buenos Aires recentemente, o caça sino-paquistanês Chengdu/PAC JF-17 Thunder permanece como favorito a ser escolhido para substituir os Mirage III aposentados em 2015.
A aeronave chegou a ser citada num projeto de lei do congresso argentino que pleiteava fundos para sua compra, mas a Força Aérea negou que houvesse fechado negócio com as parceiras chinesa e paquistanesa.
O Paquistão e a China têm mantido relações conflituosas com a Índia nos últimos anos, o que impulsionou ao aumento dos gastos com defesa na região. A disputa pelo pedido argentino, embora modesto, pode ser mais um capítulo dessa rivalidade.
A Força Aérea Argentina necessita de uma aeronave genuinamente de defesa aérea já que atualmente essa função é feita de forma provisória por alguns aviões A-4, que foram concebidos apenas para ataque ao solo, além de serem subsônicos.
Penso que se a Argentina realmente tivesse decidido comprar novos armamentos já teria fechado acordos com China e Rússia a tempos.
Esse papinho furado já se arrasta por anos e nada de concreto acontece.
A Argentina deveria sentar à mesa com a Inglaterra e assinar um acordo desistindo definitivamente das ilhas Falkland. Um plebiscito já foi feito e os moradores do arquipélago já decidiram que querem continuar sob jurisdição inglesa.
Seja com TEJAS ou JF-17, se esta compra se efetivar, a Argentina estará conseguindo uma plataforma tão boa quanto os F-39 Suecos gastando um quinto do que a FAB esta queimando com os Gripens.