Caça russo Su-57 tem “invisibilidade” questionada por entidade britânica

Instituto RUSI publicou artigo em que descreve potencial do novo jato da Sukhoi assim como do rival J-20, da China
Sukhoi Su-57: caça de 5ª geração russo não seria tão ‘invisível’ assim (UAC)
Sukhoi Su-57: caça de 5ª geração russo não seria tão ‘invisível’ assim (UAC)

Fundado em 1831, o Royal United Services Institute for Defence and Security Studies (RUSI) é uma conceituada entidade britânica que aborda temas de segurança global. Em outubro, o instituto publicou uma longa análise sobre o poderio aéreo da Rússia e da China e o que se espera do futuro de seus principais aviões de combate.

Redigido pelo analista Justin Bronk, o artigo é enfático em apontar que o caça Sukhoi Su-57 ainda está longe de apresentar as características de uma aeronave da chamada 5ª geração. E que o J-20, da China, por outro lado, trata-se do mais promissor e ameaçador jato de combate criado pelo país.

Ambos os aviões foram desenvolvidos como resposta aos caças F-22 e F-35 dos EUA e que criaram os padrões de furtividade que definem o que é conhecido como “very low observable” (baixíssima observação). No entanto, Bronk considerou que o Su-57 não é um concorrente direto do F-22 dos EUA. “É, no entanto, um projeto LO (baixa observação) que corrige a maior parte das fraquezas do Flanker em situações de combate aéreo moderno”, explicou.

O analista enumera vários motivos para considerar o caça da Sukhoi como inferior, entre eles as formas da fuselagem, a ausência de um motor eficiente e, sobretudo, a dificuldade da Rússia em prover a aeronave de aviônicos avançados. Segundo a RUSI, o ‘Felon’, como é chamado pela OTAN, possui um projeto híbrido que incorpora elementos do F-22 com soluções da família ‘Flanker’.

“Notáveis fontes de reflexões de radar incluem a extensão incomum de raiz de ponta totalmente móvel (LERX), superfícies de controle e atuadores, design da cobertura do cockpit, entradas de ar RAM na base dos estabilizadores verticais, sensor IRST fixo e o motor a jato apenas parcialmente coberto. Esses recursos são provavelmente resultado da falta de experiência russa em projetar e construir aeronaves stealth, juntamente com limitações orçamentárias”, diz o documento.

Em suma, o Su-57 não seria “invisível” aos radares como seus rivais ocidentais. Sua seção transversal de radar (RCS em inglês), por exemplo, seria maior que a do F-35 (um caça bem menor) e muitas vezes superior a do F-22.

Radar AESA

Outra possível deficiência do novo caça envolve a qualidade dos aviônicos. Segundo o autor, os embargos do Ocidente teriam prejudicado o desenvolvimento de microchips fundamentais para produzir equipamentos compactos. Por essa razão, o radar AESA (radar de varredura eletrônica ativa) teria uma capacidade inferior aos similares ocidentais além de não conseguir evitar sua detecção por caças inimigos.

O artigo ainda questiona o baixo investimento anunciado por Vladimir Putin na encomenda de 76 unidades do Su-57. Por esse valor, cada caça custaria US$ 34 milhões (R$ 195 milhões), o que significa menos do que o preço de um Su-35. Por fim, a RUSI cita a dificuldade de produzir o novo motor AL-41F, mais eficiente que o velho Izdeliye 30 que equipa os 10 aviões de pré-produção.

Apesar de tudo, o instituto crê que o Su-57 possa se tornar um caça com grande capacidade de combate até o final desta década, desde que a Rússia consiga corrigir sua possíveis deficiências. A falta de recursos, no entanto, é uma grande ameaça para os planos e explica a intenção de exportar a aeronave, a fim de ampliar as fontes de financiamento.

O J-20: caça chinês é o único de 5ª geração fora dos EUA, segundo instituto (Xinhua)

Gigante invisível

Se tem dúvidas em relação à capacidade do jato russo, a RUSI reconheceu o enorme avanço chinês em tecnologia de caças. Para o instituto britânico, o ‘Mighty Dragon’ pode ser descrito como “o primeiro caça de quinta geração a entrar no serviço fora do EUA”.

Embora afirme que o caça da Chengdu copiou muitas soluções do F-22 e do F-35, “o J-20 não é uma mera imitação e possui várias características de design que sugerem uma influência específica da China em seus requisitos de combate”.

Maior que o Raptor, o caça chinês pode atuar como um interceptador de longo alcance e fazer estragos enormes numa ala de reconhecimento e inteligência dos EUA que pudesse voar ao largo da China, por exemplo. O ponto fraco do J-20, por outro lado, seria o peso elevado e a baixa agilidade.

Embora tenha uma assinatura de radar mais alta do que o desejado, além dos mesmos motores antigos AL-31 herdados dos russos, o caça chinês está em constante evolução. Eis aí um dos grandes diferenciais do país.

Com uma indústria gigantesca, a China tem avançado a passos largos em vários setores. O pacote de aviônicos do J-20 inclui um moderno radar AESA e outros sensores similares aos dos caças dos EUA. O jato também deverá receber um inédito motor chinês, o WS-10C, que está sendo desenvolvido para substituir o turbofan russo, possivelmente com capacidade de vetoração de empuxo.

Esse motor deve equipar a variante J-20B, que tem previsão de produção ainda em 2020. Mas os chineses já preparam um motor mais potente, o WS-15, que deverá fazer parte do J-20C a partir de 2025. Com isso, será possível eliminar os enormes canards que atualmente prejudicam a assinatura de radar do J-20. Muito mais avançado que o Su-57, o caça da Chengdu não será oferecido para exportação.

A Chengdu pode eliminar os enormes canards na fuura varainte J-20C

Flanker chinês superior

Para Justin Bronk, ambos os países possuem muitas similaridades em suas forças aéreas, porém, “a China começou a estabelecer uma vantagem técnica clara sobre a Rússia na maioria dos aspectos de aeronaves de combate em desenvolvimento”.

Prova disso, segundo o analista, é o fato de que até mesmo caça ‘Flanker’ chinês (J-16) ser hoje bem mais capaz que seus similares russos, com layout de cockpit mais moderno, radar AESA, melhor disponibilidade de armamentos e construção com elementos em material composto, só perdendo para o Su-35 no quesito motor (AL-41F).

Não é por menos que a força aérea dos EUA (USAF) tem demonstrado uma grande preocupação com o J-20 e que a fez mudar os exercícios Red Flag a fim de simular situações de combate com aeronaves chinesas. Parece que a ‘estrela vermelha’ já não coloca tanto medo assim no Ocidente.

É a primeira vez que o moderno caça F-22 participa de um conflito (USAF)
Para o instituto RUSI, nenhum dos dois caças seri páreo para o F-22 Raptor (USAF)

Veja também: Clone chinês do F-35, caça furtivo FC-31 é flagrado com modificações

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2 comments
  1. O Brasil precisa evoluir nesse campo da aviação e se tornar auto-suficiente e pra isso acontecer, é preciso apoio da União… Um dia chegaremos lá ….!

  2. O Brasil precisa enviar várias tropas abrir espaço pra fiscalização dos estados unidos e dar espaço a eles pra cuidar da Amazônia não dar a eles a amazônia e sim abrir espaço pra que o caó dos caós Joe byden não tumultue nosso país por causa de rico matagal.

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