Em desenvolvimento há quase uma década, o caça stealth FC-31 pode ter descoberto uma vocação, ser a futura aeronave de combate do novo porta-aviões da Marinha chinesa.
A hipótese não é nova, mas a presença de uma maquete do caça da Shenyang flagrada a bordo da estrutura que simula um porta-aviões na cidade de Wuhan recentemente indica que o FC-31 de fato está nos planos da PLAN (People’s Liberation Army Navy).
A imagem publicada nas redes sociais mostra o jato visto por trás, com seus característicos estabilizadores horizontais chanfrados, ao lado de caças J-15 e um helicóptero Z-18, previamente conhecidos – também, como ele, maquetes.
A aparição reforça um relatório do Pentágono que prevê o uso do caça a bordo de porta-aviões e também a informação postada pela conta da fabricante AVIC Weibo, que mostra uma silhueta do FC-31 como novo caça embarcado chinês.
Se confirmado, o novo papel dado ao jato bimotor será uma boa notícia para um projeto bastante problemático. A Shenyang apresentou o FC-31 há dez anos, que realizou o voo inaugural em 2012.
Essa aeronave, pintada na cor preta, demonstrou uma grande semelhança com o F-22 Raptor, embora seja menor. Propulsionada por dois motores RD-93, o FC-31 não convenceu a PLAAF, que preferiu encomendar o maior e mais capaz Chengdu J-20.
A Shenyang, no entanto, não desistiu do projeto. Em 2016, um segundo protótipo revisado do caça voou, revelando diversos aprimoramentos, como um novo conjunto de estabilizadores com a ponta chanfrada e motores chineses WS-13. Graças à pintura cinza, o FC-31 passou a lembrar outro avião dos EUA, o F-35.
Variante navalizada
A adoção do FC-31 como caça embarcado é uma alternativa interessante para a Marinha chinesa, que atualmente depende apenas do J-15, um Su-33 capaz de decolar por rampas. Esse tipo de configuração usada nos dois porta-aviões do país limita a capacidade de carga e alcance dos caças.
Por essa razão, a PLAN está construindo o Type 003, um porta-aviões equipado com um mecanismo de catapultas semelhante aos navios da Marinha dos EUA, inclusive com o sistema eletromagnético EMALS.
Embora o J-15 deva ganhar uma versão capaz de decolar por catapultas, a variante naval do FC-31 certamente poderá ser adaptada com maior efetividade para esse papel. Entre as mudanças necessárias estão o reforço do trem de pouso, instalação de gancho de frenagem e mecanismo de recolhimento das asas no convés.
Diante da ambição chinesa em contar com uma marinha numerosa e poderosa, o futuro do caça da Shenyang parece estar garantido.