Canadá seleciona o Lockheed Martin F-35 como “caça preferido”

País deve fechar acordo para 88 aeronaves até o final deste ano. Saab Gripen E, no entanto, segue como “Plano B”
Lockheed Martin F-35A
A Bélgica encomendou 34 caças F-35A; seleção do avião foi confirmada em 2018 (USAF)

Após mais de uma década, o Canadá voltou a selecionar o caça Lockheed Martin F-35A para substituir seus antigos CF-18 Hornet. Em comunicado, a Ministra de Aquisições do governo, Filomena Tassi, confirmou que o caça dos EUA é o “preferido” num acordo que pode atingir US$ 19 bilhões para a entrega de 88 aeronaves.

O governo Trudeau espera chegar a um entendimento com a Lockheed Martin até o final do ano, por isso o outro concorrente, o Gripen E/F, da Saab, segue como um “plano B” da Força Aérea Real do Canadá.

“Este anúncio é mais um importante marco no processo competitivo do Canadá para a compra de caças modernos para a Força Aérea”, disse Tassi nesta segunda-feira.

Segunda vitória

O F-35 já havia sido selecionado pelo Canadá em 2010, que era governado pelo Partido Conservador e pretendia receber 65 caças sem licitação, mas o negócio foi abandonado logo depois.

Na época, o jato furtivo da Lockheed foi considerado caro e problemático. Cinco anos depois, o governo liberal descartou o F-35 prometendo lançar uma concorrência para decidir a melhor proposta.

Enquanto a licitação era formulada, o governo canadense propôs adquirir um novo lote de 18 caças Super Hornet, mas desistiu da opção após a Boeing ter entrado na Justiça dos EUA contra a Bombardier por conta do jato C Series (atualmente o A220).

A Força Aérea do Canadá opera caças CF-18 Hornet desde 1983 (RCAF)

A atual concorrência foi lançada em 2019 com a participação apenas da Boeing (F/A-18E/F), Lockheed (F-35A) e Saab (Gripen E/F). As fabricantes europeias Airbus (Eurofighter Typhoon) e Dassault (Rafale) desistiram logo no início após considerarem os requisitos abertamente favoráveis às empresas norte-americanas.

Como membro da OTAN e parceira no NORAD (North American Aerospace Defense Command, que é responsável pela defesa conjunta dos EUA e Canadá), a Força Aérea Real Canadense se beneficia naturalmente em utilizar aeronaves semelhantes às do Força Aérea dos EUA.

Além disso, o Canadá é um dos países fornecedores de componentes do programa F-35, o que também se reflete na economia da nação. A expectativa do governo é que os primeiros F-35A sejam entregues em 2025, com a conclusão do programa ocorrendo em 2032.

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  1. Plano “B” ? Só ingênuo para acreditar nessas falácias do governo canadense. A verdade é que, hoje, o F-35 é imbatível, é o melhor vetor para as forças armadas, ainda que seu custo de manutenção seja alto (sabe-se que a Lockheed Martin está trabalhando para reduzir seus custos). Não se pode esquecer que o Canadá também faz parte do grupo formado para o projeto JSF, portanto, o resultado final não seria diferente. O Gripen, mesmo sendo um excelente caça, só terá chances onde países precisam de um avião barato de adquirir e de manter.
    OBS – vou deixar de lado o lado político que envolve essas negociações.

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