Revelado em primeira mão por Airway na segunda-feira, 7, o corte de 31 pedidos do jato E175 pela Republic Airlines surpreendeu o mercado em meio a novos pedidos da família E2.
Questionada sobre o motivo da redução, a Embraer afirmou ao Flight Global que a decisão foi de comum acordo com a cliente. “Os termos deste pedido herdado de 2018 não eram mais adequados para nenhuma das partes”, disse a empresa brasileira.
Em 2018, a Republic Airlines, que presta serviços para as grandes companhias aéreas dos EUA, havia fechado um pedido de 106 E175, seis já entregues. Com a revisão, restaram 69 aviões pendentes de entrega.
A Embraer ainda viu um aspecto positivo na perda das encomendas já que “isso libera slots urgentemente necessários para E195-E2 e E190-E2 em 2023 e 2024”, afirmou no mesmo comunicado.
O E190-E2, no entanto, possui apenas 20 pedidos firmes, 17 deles já entregues. O E195-E2, por outro lado, já 227 aeronaves encomendadas, com 188 por serem entregues. Apesar disso, a produção da família E2 segue lenta: em 2022 haviam sido entregues apenas seis jatos até setembro.
Falta de mão de obra
A redução do pedido da Republic Airlines, uma empresa com sede em Indianapolis, pode ter sido causada pela escassez de mão de obra nos EUA.
As empresas aéreas regionais estão sob pressão por conta do aumento no preços dos combustíveis e na inflação nos EUA, que reduziu o poder de compra dos tripulantes, que exigiram reajustes.
A Republic anunciou no começo do mês um aumento nos contratos com pilotos na tentativa de resolver o problema. Já a Skywest, outra massiva cliente dos E175 da Embraer, decidiu postergar a entrega de novos jatos por conta da falta de pilotos, sobretudo comandantes.
As novas aeronaves só deverão ser entregues entre o final de 2023 e 2024. Há oito E175 da Skywest pendentes de entrega até o momento.
A Embraer havia marcado uma conferência para falar sobre os resultados do 3º trimestre nesta sexta-feira, mas adiou o evento para a próxima segunda-feira, 14.