Divisão de mobilidade aérea urbana da Embraer, a Eve informou hoje (15) que recentemente concluiu os testes em túnel de vento de sua aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical (eVTOL). As avaliações foram realizadas num centro de provas perto de Lucerna, na Suíça, com um modelo em escala do eVTOL da empresa brasileira.
Uma das ferramentas mais importantes em testes de desenvolvimento na aviação, o túnel de vento demonstra o comportamento do fluxo de ar sobre e ao redor do veículo, medindo as forças aerodinâmicas e diferentes situações de atuação. Os dados obtidos nesses equipamentos com modelos em escala servem para refinar o projeto e as qualidades de voo da aeronave antes de testá-la em situações reais.
De acordo com a Eve, as provas no túnel de vento na Suíça serviram para “investigar e validar” componentes do eVTOL, incluindo fuselagem, rotores, asa, cauda e outras superfícies do aparelho.
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“A conclusão dos testes em túnel de vento representa um marco de engenharia fundamental no desenvolvimento do nosso eVTOL”, disse Luiz Valentini, vice-presidente de tecnologia da Eve. “As informações que obtivemos durante esta fase do desenvolvimento nos ajudam a aperfeiçoar ainda mais as soluções técnicas de nosso eVTOL antes de nos comprometermos com as ferramentas de produção e construção dos protótipos.”
Os eVTOLs estão chegando
No que depender da Eve, os eVTOLs chegarão ao mercado em cerca de três anos. A marca do grupo Embraer vem divulgando repetidas vezes que pretende iniciar as operações do novo modal de transporte urbano a partir de 2026.
Meio avião, meio helicóptero, mas com motores elétricos, os eVTOLs vão atuar em rotas curtas e médias. Segundo a Eve, o modelo de sua autoria terá alcance de 100 quilômetros, “que permite uma variedade de missões de mobilidade aérea urbana”. A empresa diz que a aeronave ainda é projetada para operações autônomas (sem piloto) no futuro.
Os eVTOLs são pensados para facilitar o transporte em grandes centros urbanos, ligando importantes pontos de interesse. Uma das primeiras cidades cotadas a receber as aeronaves da Eve é o Rio de Janeiro, como indicou recentemente o presidente-executivo da EmbraerX, Daniel Moczydlower, em entrevista ao Money Times.
Uma opção de rota para eVTOLs na capital carioca, inclusive já avaliada em simulações com helicópteros, é um voo entre o aeroporto do Galeão e o bairro da Barra da Tijuca, que pode ser realizado em cerca de 15 minutos. Na simulação, os assentos foram vendidos por meio de um aplicativo, antecipando como devem ser as reservas para voar nos “carros voadores”.
O preço das viagens nesses veículos, apesar de curtas e rápidas, ainda não serão tão acessíveis ao público geral (considerando o poder de compra no Brasil). Numa projeção recente, o chefe da EmbraerX apontou que os bilhetes devem custar de 50 a 100 dólares (cerca de R$ 250 e R$ 500). É caro para alguns, mas é muito mais barato que um voo de helicóptero por um centro urbano, que pode custar alguns milhares de reais.
A introdução dos eVTOLs ainda depende da instalação das infraestruturas para manter esses veículos em operação. A Eve, junto de parceiros, também trabalha para viabilizar o que ela chama de “ecossistema” do novo meio de transporte urbano. Isso inclui, por exemplo, postos de recarga elétrica das aeronaves e locais de embarque e desembarque de passageiros, os “vertiportos”, que podem ser construídos em grandes cidades criando malhas aéreas entre importantes pontos de interesse, como aeroportos e centros empresariais.
