Cabeças rolaram na Boeing nesta segunda-feira, 25, após a imagem da empresa derreter nos últimos meses com problemas seguidos. A maior mudança é a renúncia do CEO Dave Calhoun, que está no cargo desde janeiro de 2020.
Calhoun, no entanto, permanecerá como presidente e CEO até dezembro enquanto a empresa busca um substituto, uma tarefa do novo presidente do Conselho de Administração, Steve Mollenkopf, que substitui Larry Kellner, outro a sair de cena.
A mudança mais imediata envolve Stan Deal, que se aposentará imediatamente e deixa o cargo de CEO da Boeing Commercial Airplanes para ser substituído por Stephanie Pope já a partir de hoje.
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“Há algum tempo venho considerando, em discussão com nosso conselho de administração, o momento certo para uma transição de CEO na Boeing. Quero compartilhar com vocês que decidi que este será meu último ano como CEO de nossa grande empresa, e eu notifiquei o conselho dessa decisão”, disse Calhoun em mensagem dirigida aos funcionários.
Desgaste aumentou nas últimas semanas
Embora mudanças na direção da empresa estivessem no horizonte, o anúncio desta segunda-feira é reflexo dos problemas de qualidade e segurança que a divisão de aviação comercial enfrenta.
Dave Calhoun havia assumido o lugar de Dennis Muilenburg, o criticado CEO que havia tentado negar a responsabilidade da empresa nos acidentes com os 737 MAX 8 da Lion Air em 2018 e da Ethiopian Airlines em março de 2019.
O então novo chefe foi bem sucedido em reconhecer que havia falhas na companhia e buscar a retomada segura dos voos do 737.
Ele também conseguiu recuperar as entregas e vendas, porém, o episódio do 737 MAX 9 da Alaska Airlines em janeiro jogou todo esforço por terra.
A queda do tampão de porta por um provável esquecimento de prendê-lo à fuselagem foi a gota d´água em insistentes problemas na linha de montagem.
A despeito do seu esforço em tentar mostrar transparência e iniciativas para sanar as falhas, Calhoun já não gozava do respeito de alguns clientes, segundo a Reuters.
A agência afirmou que executivos de companhias aéreas dos EUA, enormemente afetadas por atrasos na produção, haviam se reunido na semana passada com diretores da Boeing. Detalhe: sem a presença de Calhoun, um sinal inequívoco do desgaste do CEO.
As ações da empresa, que haviam caído quase 25% neste ano, subiam 1,33% na segunda-feira.