Após ter seu futuro colocado em xeque, o A380, maior jato de passageiros do mundo, voltou a ser requisitado por boa parte de suas operadoras, incluindo a Emirate Airline, a maior cliente da aeronave da Airbus.
Com 118 jatos do modelo em sua frota, a Emirates está voando com 80 deles e pretende colocar todos os aviões em serviço em 2023. É um cenário impensável dois anos atrás quando muitos críticos e mesmo empresas aéreas decretaram o fim do imenso avião de dois andares.
Para Sir Tim Clark, o britânico que ocupa o cargo de presidente da Emirates, a aviação comercial sentirá falta do A380 num futuro breve. Para o executivo, o A350-1000 e o Boeing 777-9 não têm capacidade suficiente para substitui-lo.
“O maior será o 777-9, quando chegar ao mercado, que em nossa configuração [terá] 364 assentos contra 484 no A380 com nossa nova economia premium. E eram 519 antes, então você entende onde quero chegar,” disse Clark em entrevista à CNN.
Em seu prognóstico, um crescimento anual do tráfego aéreo de passageiros acabará saturando os aeroportos, obrigando a restrições na oferta e consequentemente elevando os preços dos bilhetes.
O presidente da Emirates cita como exemplo a rota Dubai-Londres, que desde outubro de 2021 tem seis voos diários com o A380 sempre lotados.
Motores de fan aberto
Com sua costumeira franqueza, Sir Tim Clark diz ter conversado com a Airbus em mais de uma ocasião sobre um substituto para o A380, se não maior ao menos mais eficiente.
Tecnologias como estruturas em materiais compostos e motores mais econômicos poderiam reduzir o custo operacional da aeronave além de torná-la mais sustentável.
Uma das tecnologias apontadas por ele é o motor de fan aberto, que será testado coincidentemente em um A380 pela Airbus.
A Emirates, no entanto, parece sozinha em seu apelo para um novo Super Jumbo após a aposentadoria precoce do A380 e o fim da produção do Boeing 747 neste ano.
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Com seu hub gigante em Dubai, onde 70% dos passageiros fazem conexões, a companhia aérea do Oriente Médio é uma rara cliente do A380.
Suas concorrentes hoje buscam fragmentar o tráfego aéreo de forma a oferecer mais voos diretos para destinos com menor demanda e onde jatos como o 787, o A330 e mesmo o A321XLR parecem fazer mais sentido.