Os até então indetectáveis caças furtivos F-22 e F-35, dos EUA, poderão não ser tão despercebidos assim. Cientistas chineses estão desenvolvendo um novo tipo de monitoramento que usa o sistema de satélites e navegação BeiDou, da China.
Em uma publicação no Jornal da Universidade Nacional de Defesa e Tecnologia da China, a equipe do projeto divulgou uma imagem do caça norte-americano para ilustrar o que seria um alvo do “radar”.
O radar usa uma antena simples, é barato, pode ser implantado em quase qualquer lugar da Terra e não emite sinais que possam revelar sua localização. Além disso, se o BeiDou estiver bloqueado, ele pode alternar as bandas de frequência para usar GPS, Galileo da Europa ou GLONASS da Rússia, garantindo uma operação ininterrupta.
Radares “anti-stealth” não são inéditos na China. Podem ser encontrados em vários pontos da costa e nos seus navios de guerra. A grande diferença é que são extremamente complexos e caros e, assim, acessíveis a poucos países.
Nova tecnologia pode beneficiar países vulneráveis
Países como Iêmen, Síria e Líbano, por exemplo, que têm seus espaços aéreos invadidos por caças sem serem percebidos, poderiam ser beneficiados e teriam acesso mais fácil à tecnologia.
O BeiDou tem quase o dobro dos satélites do sistema GPS. Para determinar a localização, os sinais dos satélites são refratados quando encontram um caça anti-radar, gerando dados bastante precisos sobre o tipo de alvo e sua posição.
Além dos satélites de navegação BeiDou, a China também está desenvolvendo outros métodos de detecção de aeronaves invisíveis através de sinais de ondas longas refletidos pela ionosfera, radiação produzida pelos satélites Starlink e até ondas eletromagnéticas emitidas por bases militares dos Estados Unidos. Até mesmo satélites comerciais chineses já conseguiram detectar caças F-22 voando entre as nuvens.
Por outro lado, a própria China tem desenvolvido aeronaves furtivas como o imenso caça J-20 e o jato naval J-35, sem falar no cogitado bombardeiro “asa voadora” H-20, que já teve sua apresentação sugerida várias vezes.
Resta entender por que o governo chinês investe na tecnologia “stealth” enquanto pretende torná-la obsoleta.