A China quer entrar para o seleto grupo de países que possuem porta-aviões com propulsão nuclear, atualmente representado apenas pelos Estados Unidos e França. O China Shipbuilding Industry Corporation (CSIC), maior fabricante estatal de embarcações militares do país, confirmou nesta semana que está estudando as tecnologias necessárias para viabilizar a construção de um navio aeródromo movido por energia atômica.
Em declaração a mídia chinesa, a CSIC afirmou que planeja “acelerar o processo de avanços tecnológicos em porta-aviões de energia nuclear” e também citou estudos sobre submarinos nucleares e silenciosos, veículos de combate marítimo inteligentes e não-tripulados, além de novos sistemas ofensivos e defensivos de informação eletrônica e guerra naval.
Essa foi a primeira vez que a empresa de defesa chinesa falou abertamente sobre o desenvolvimento de um porta-aviões nuclear. Porém, um dia após o anúncio, a CSIC acabou editando o comunicado em seu site e retirou a sentença envolvendo embarcações nucleares. A fabricante não divulgou nenhuma previsão de data sobre o lançamento do navio nuclear.
A China possui atualmente dois porta-aviões, ambos com propulsão convencional: a marinha chinesa opera desde 2012 com o modelo Liaoning e trabalha para completar até meados de 2020 o Shandong, que foi ao mar em abril de 2017. O país ainda está trabalhando na construção de um terceiro navio aeródromo com motorização convencional, previsto para a próxima década.
“Eu acho que podemos dizer que a China fez grandes avanços na implementação da energia nuclear em grandes embarcações”, disse Li Jie, especialista sobre assuntos navais, em entrevista a agência de notícias estatal chinesa Global Times.
“No futuro, os interesses nacionais da China continuarão a se expandir para o exterior. Sem uma frota de grandes navios de energia nuclear, a marinha chinesa não pode navegar por muito tempo em águas longínquas”, afirmou Jie.
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