A comemoração dos 70 anos da revolução comunista na China contou com o tradicional desfile militar em Pequim com a presença do presidente do país, Xi Jiping. A ‘parada” chinesa foi palco para a revelação de um imenso arsenal aéreo que, a contrário dos desfiles russos recentes, não apresentou apenas maquetes. A demonstração chinesa começou antes da festa nesta terça-feira, 1º de outubro, quando foram realizados ensaios dias antes com diversas aeronaves militares que sobrevoaram a capital do país.
Embora boa parte seja conhecida no Ocidente, é raro ver tantos modelos de aviões ao mesmo tempo. Segundo relatos, o público pode ver os caças J-10, J-11, J-15 e J-20, seu primeiro jato stealth operacional, e também modelos de transporte como o Y-9 e o Y-20. Este último é um quadrirreator semelhante ao C-17 americano e ao Il-76 russo e é fabricado pela Xi’an que entregou cerca de 40 unidades para a Força Aérea do Exército Popular de Libertação desde 2016.
Já o Y-9 é um quadrimotor turboélice produzido pela Shaanxi e é baseado no Y-8, uma versão sob licença do Antonov An-12. Trata-se de uma das aeronaves mais versáteis das forças armadas chinesas. Além da função de transporte, o Y-9 também possui variantes de patrulhamento marítimo, AWACS (KJ-500, com um radar semelhante ao E-2 Hawkeye), AEW (que lembra o R-99 brasileiro), ELINT, ECM e até mesmo guerra psicológica.
Nos modelos de asas rotativas, foi possível observar o Harbin Z-8, uma versão local do antigo Super Frelon francês, o novo Z-20, que lembra bastante o americano UH-60 Black Hawk, e o helicóptero de ataque Z-10, desenvolvido com ajuda da russa Kamov.
Além de modelos novos, a China fez questão de apresentar velhos conhecidos como o Xian H-6, uma versão local do famoso bombardeiro russo Tupolev Tu-16 “Badger” mas com novidades na variante H-6N que incluem uma sonda para reabastecimento aéreo e uma cavidade na fuselagem que leva a crer que o jato pode transportar algum míssil de grande porte.
“Espada afiada”
Mas foi no solo que surgiram algumas das surpresas do desfile. A mais impactante foi a presença do Hongdu GJ-11 “Lijian” (espada afiada), um avião não-tripulado de combate stealth. A aeronave voou pela primeira vez em 2013 e já seria parte do arsenal dos porta-aviões chineses.
Outro avião não-tripulado a aparecer em Pequim foi o DR-8, um drone-espião supersônico capaz de voar até Mach 5. Acreditava-se que ele seria semelhante ao antigo drone D-21 dos EUA, com propulsão a jato, mas a aeronave revelou utilizar motores a foguete.
O desfile dos 70 anos da República Popular da China também presenciou bizarrices como o girocóptero militar Shaanxi Baoji “Hunting Eagle”, que tem como missão busca e salvamento, controle de fronteiras e reconhecimento, entre outras funções. Afinal de contas, nenhuma força aérea vive apenas de caças invisíveis aos radares e bombardeiros nucleares…
Imagens reproduzidas de vídeos e fotos na China
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