Personagem histórica da aviação brasileira, Claudine Melnik, a primeira pilota da história da LATAM Brasil, completa 30 anos de empresa em 2022. Nascida em Curitiba (PR), Claudine iniciou a carreira na companhia em 1992, ainda nos tempos da TAM Linhas Aéreas, como comissária de bordo, aos 23 anos de idade. Em 1995, tornou-se a primeira mulher comandante de uma linha aérea no Brasil.
De pioneira no comando do pequeno turboélice em voos regionais, Claudine hoje conduz algumas das maiores e mais modernas aeronaves em voos ao redor do mundo. A pilota da LATAM comanda atualmente os jatos Boeing 777 e 787, que transportam entre 300 e 400 passageiros.
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Como relatou a comandante, sua aproximação com a aviação surgiu na infância: “Desde criança eu tinha muita vontade de voar, não sei exatamente se foi por causa de uma viagem de férias que fizemos em família ou se essa vontade já era anterior. Mas o fato é que desde muito pequena eu me via voando de alguma forma”.
Decidida a voar, realizou aulas teóricas em um aeroclube de Curitiba e depois aulas práticas em Juiz de Fora (MG), onde ganhou asas. Em 1992, quando ingressou na companhia aérea como comissária de bordo, Claudine já possuía as carteiras necessárias para ser pilota e, portanto, era candidata a migrar para a posição de tripulante técnica.
Em 1994, quando surgiu a oportunidade da TAM, Claudine assumiu o cargo de copilota de turboélices Cessna C208 Caravan. No ano seguinte, foi promovida para comandante no mesmo avião, que seria o primeiro de uma série de aeronaves da companhia que voaram sob a supervisão da pilota curitibana pelo Brasil e no exterior.
“Realizei o meu primeiro voo internacional na LATAM em 1998 e me lembro como se fosse hoje. Voar para o exterior é um grande objetivo em nossa profissão e fico muito feliz em saber que os meus colegas possuem essa oportunidade desde o seu primeiro dia na companhia”, disse Claudine.
Prestes a completar 30 anos de casa e dona de um currículo com mais de 20 mil horas de voo, Claudine avalia que os desafios da profissão exigem “grande doação pessoal”, mas que isso vale “tanto para os homens como para as mulheres”. Porém, a comandante pontuou que “talvez a aviação seja um pouco mais difícil para as mulheres por conta da própria autocobrança feminina” e acrescentou que “como mãe (de dois filhos), pratico o eterno exercício da culpa de não estar presente em momentos significativos e insubstituíveis, sempre torcendo para que tudo caminhe bem enquanto estou a milhas longe de casa”.