O governo da República Democrática do Congo voltou a mudar os planos para ter uma companhia aérea de bandeira. Cherubin Okende Senga, ministro dos Transportes do país africano, anunciou a criação da Air Congo, uma nova empresa que será operada com suporte da Ethiopian Airlines.
A Air Congo deverá substituir a Congo Airways, empresa estatal criada em 2015 com o mesmo intuito e que passa por dificuldades técnicas e financeiras. Conta que ela tem voado com apenas dois A320 repassados da Alitalia. De acordo com o governo congolês, a Ethiopian deverá repassar até julho um Boeing 787, três Boeing 737 e três turboélices Dash 8.
“Convém criar uma companhia aérea nacional regular, confiável e viável cujas ações sejam detidas principalmente pela República Democrática do Congo”, disse um porta-voz.
Encomenda de jatos E2 da Embraer
O lançamento da Air Congo coloca em xeque o pedido de quatro jatos E2 da Embraer pela Congo Airways. A empresa aérea anunciou um acordo com a fabricante brasileira em 2019, originalmente prevendo a entrega de dois E175 e opção para mais dois aviões.
Em 2020, no entanto, a companhia aérea trocou os E175 por dois E190-E2 e no ano passado utilizou as duas opções de compra restantes para encomendar o E195-E2.
Outro possível indício de problemas envolveria a entrega do primeiro E190-E2, que estaria pronto desde dezembro mas parado no Brasil, a despeito de a Congo Airways ter feito o pagamento de US$ 14 milhões à fabricante, segundo relatos da imprensa do país.
No começo do mês, o site News Aero, de Camarões, chegou a mencionar que a Congo Airways planejava cancelar o acordo com a Embraer e trocar os E2 pelos Airbus A220.
Airway questionou a Embraer sobre a situação da encomenda da Congo Airways e atualizará esta nota caso tenha uma resposta.